ATA DA CENTÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 11.12.1996.
Aos onze dias
do mês de dezembro do ano de mil novecentos e noventa e seis, reuniu-se, na
Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre.
Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada. sendo
respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella,
Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói
Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá,
Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro
Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Nereu
D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo
Pujol e Wilton Araújo. Constatada a existência de "quorum", o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fosse distribuídas em
avulsos, cópias das Atas da Nonagésima Sétima Sessão Ordinária, Trigésima
Quinta, Trigésima Sexta e Trigésima Sétima Sessões Solenes, que foram
aprovadas. À MESA foram encaminhados: pela Mesa Diretora, 01 Projeto de
Resolução nº 32/96 (Processo nº 3112/96). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs
25/96, do Presidente da Comissão externa constituída para acompanhar
acontecimentos relativos à situação do espaço que a Terreira da Tribo de
Atuadores "Oi Nóis Aqui Traveis" ocupa; 545/96, do Senhor Paulo
Vidal, Deputado Estadual; 799 e 800/96, do Desembargador Adroaldo Furtado
Fabrício, Presidente do Tribunal de Justiça do Estado; CARTÕES: do Senhor
Carlos Appel, Secretário da Cultura do Estado/RS; da Senhora Iara Sílvia Lucas
Wortmann, Secretária da Educação do Estado e do Senhor Ricardo Russowsky,
Presidente do Banrisul; FAX: do Senhor Jorge da Silva, da Secretaria do
Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais do Estado; do Senhor Marco
Antônio Becker, Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio
Grande do Sul - CREMERS. A seguir, o Senhor Presidente apregoou a Licença para
Tratamento de Saúde do Ver. Milton Zuanazzi, no dia de hoje, dando posse a
Suplente Letícia Arruda e informando que Sua Excelência integrará a Comissão de
Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Em prosseguimento, o Senhor Presidente
registrou as presenças do Senhor Guilherme Sócias Vilella, Secretário dos
Transportes do Estado do Rio Grande do Sul, do Arquiteto Carlos Maximiliano
Faet, Presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil e do Arquiteto Alberto
Giuseppe Adomilli, que foram convidados para integrar a Mesa. A seguir, o
Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Guilherme Sócias Vilella, que
discorreu sobre o projeto de reaproveitamento do espaço do cais do porto na
Avenida Mauá, comentando a existência no exterior de instalações portuárias, a
exemplo do porto de Porto Alegre, que foram transformados em áreas culturais.
Logo após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Alberto Adomilli,
que fez uma exposição através de slides sobre o projeto "Porto dos Casais",
salientando que a área a ser reestruturada e construída, será integrada à
cidade devolvendo assim, o Rio Guaíba à Porto Alegre. A seguir, o Senhor
Presidente concedeu a palavra aos Vereadores Nereu D'Ávila, Airto Ferronato,
Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Clóvis Ilgenfritz, Antonio Hohlfeldt, Artur
Zanella, Maria do Rosário, Raul Carrion e Jocelin Azambuja, que se manifestaram
e/ou formularam questionamentos sobre o projeto "Porto dos Casais".
Logo após, o Senhor Presidente concedeu a palavra novamente aos Senhores
Guilherme Sócias Vilella, Alberto Giuseppe Adomilli e Carlos Maximiliano Faet,
que responderam às questões e às considerações formuladas pelos Senhores
Vereadores. Às dezesseis horas e vinte minutos os trabalhos estiveram
regimentalmente suspensos, sendo reabertos às dezesseis horas e vinte e dois
minutos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, estiveram: o Substitutivo
nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 166/96, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 172/96, o Projeto de Resolução nº 31/96 e o Projeto de Lei do
Executivo nº 71/96; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 154,
159, 174, 175/96 e o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 22/96. Em
continuidade, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a
Ordem do dia. A seguir, foi aprovado Requerimento do Vereador Artur Zanella,
adendado pelo Vereador Jocelin Azambuja, solicitando a alteração na ordem de
apreciação da matéria constante nesta Ordem do Dia. Em Votação, foi aprovado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 93/96, em votação nominal solicitada pelo
Senhor Presidente, por vinte e dois votos SIM e sete votos NÃO, votando Sim os
Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão,
Clóvis Ilgenfritz, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme
Barbosa, Helena Bonumá, João Motta, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro
Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul
Carrion, Letícia Arruda, Gérson Almeida e João Pirulito e Não os Vereadores Edi
Morelli, Fernando Záchia, João Dib, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Reginaldo Pujol,
Wilton Araújo. A seguir, foi aprovada a Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 93/96. Em Votação, foi aprovado, após ser encaminhado à votação
pelos Vereadores Nereu D'Ávila, Fernando Záchia, João Dib, Reginaldo Pujol e
Lauro Hagemann, em votação nominal solicitada pelo Senhor Presidente, o Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 03/96, por vinte e cinco votos SIM e 01
NÃO, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur
Zanella, Clênia Maranhão, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães,
Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz
Negrinho, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol,
Wilton Araújo, Letícia Arruda, e Não o Vereador Antonio Hohlfeldt. Às dezesseis
horas e quarenta e sete minutos, os trabalhos estiveram regimentalmente
suspensos, sendo reabertos às dezesseis horas e cinqüenta e nove minutos. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado, após ser discutido pelos Vereadores
Luiz Braz, João Dib, Fernando Záchia, Antonio Hohlfeldt, Isaac Ainhorn, Elói
Guimarães, Airto Ferronato, João Motta, Reginaldo Pujol e encaminhado à votação
pelos Vereadores Nereu D'Ávila, Antonio Hohlfeldt, João Motta, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 21/96, em votação nominal solicitada pelo Senhor
Presidente, por vinte votos SIM e onze NÃO, votando Sim os Vereadores Airto
Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Dilamar Machado, Edi
Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Dib, Jocelin
Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Mano Fraga, Nereu D'Ávila, Paulo Brum,
Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo, Letícia Arruda e Não os
Vereadores Clóvis Ilgenfritz, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá,
João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Ruas, Gérson
Almeida e João Pirulito. Em continuidade, foi aprovada a Emenda nº 01 ao
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 21/96, em votação nominal
solicitada pela Vera. Helena Bonumá, por vinte quatro votos SIM, 01 voto NÃO e
01 ABSTENÇÃO, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt,
Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Dilamar Machado, Edi Morelli,
Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Isaac
Ainhorn, João Dib, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz,
Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Nereu D'avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo
Pujol, Letícia Arruda, João Pirulito, Não o Vereador Elói Guimarães e optando
pela Abstenção o Vereador Pedro Ruas. A seguir, foi aprovada a Emenda nº 02 ao
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 21/96. Em Discussão Geral e
Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 20/96,
encaminhado à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol, em votação nominal
solicitada pelo Senhor Presidente, onde obteve cinco votos SIM e onze NÃO,
votando Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn,
Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Clóvis Ilgenfritz,
Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, João Motta, José Valdir,
Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Ruas, Gérson Almeida e João Pirulito,
votação esta declarada nula por inexistência de "quorum". Às dezoito
horas e quinze minutos, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária de amanhã, às
nove horas e para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Edi Morelli,
Guilherme Barbosa, e secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia e Edi
Morelli, este como Secretário "ad hoc". Do que eu, Fernando Záchia,
1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn):
Queremos registrar que comparece, hoje, a esta Casa S. Exa. o Sr. Secretário
dos Transportes, ex-Prefeito Guilherme Socias Villela que honra este
Legislativo Municipal. Queríamos registrar que o convite foi formulado pela
Mesa da Câmara Municipal de Porto Alegre com o objetivo de que S. Exa., o Sr.
Secretário Guilherme Socias Villela, fizesse uma exposição sobre o Projeto
Porto dos Casais, de iniciativa do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
Evidentemente que este Legislativo Municipal não poderia deixar de convidar S.
Exa., bem como as pessoas ligadas a este Projeto, para comparecer nesta Casa
pois entendemos que este Projeto é um dos mais importantes que tramita, do
ponto de vista do interesse da Cidade de Porto Alegre, porque é o reencontro
dos porto-alegrenses com o seu Rio.
Esta Casa, por iniciativa de diversos Vereadores já trabalhou em cima
desse assunto e vê, na iniciativa do Governo do Estado, uma medida fundamental
para a retomada de propostas objetivas no sentido de, finalmente, ver
concretizado projeto em relação àquela importante área da Cidade.
Os Srs. Vereadores já observaram que desde a manhã de hoje estão
expostos os trabalhos vencedores e que se referem a este Projeto do Cais do
Porto.
Está conosco, na mesa, o Dr. Guilherme Socias Villela gostaríamos
também de convidar para integrar a mesa o Arquiteto Carlos Maximiliano Faet
Presidente do Institutos dos Arquitetos do Brasil, bem como o Arquiteto Alberto
Giuseppe Adomilli, vencedor do concurso que foi levado a efeito pelo IAB.
O
Sr. Nereu D'Ávila: Sr. Presidente, após as exposições teremos condições de formular
perguntas?
O SR. PRESIDENTE: Sim, Vereador.
O
Sr. Nereu D'Ávila: Gostaria de me inscrever.
O SR. PRESIDENTE: Registramos sua inscrição,
Vereador.
Registramos, que ficou estabelecido que o tempo de manifestação dos
participantes será de 30 minutos, tendo em vista que esta é uma Sessão
Ordinária da Casa.
Inicialmente o Dr. Guilherme Socias Villela fará uma exposição
introdutória do Projeto e, posteriormente, o Arquiteto Alberto Giuseppe
Adomilli fará a apresentação da proposta vencedora. A seguir, colocaremos a
palavra à disposição dos Srs. Vereadores para que possam fazer os
questionamentos que julgarem pertinentes em relação ao Projeto.
Com a palavra o Sr. Secretário dos Transportes, Guilherme Socias
Vilella.
O SR. GUILHERME SOCIAS
VILELLA:
(Saúda os componentes da Mesa.) Sou muito grato por comparecer a esta Casa,
recordando dois fatos: primeiro, as inúmeras vezes em que estive na Câmara de
Vereadores, embora em outras instalações, prestando contas de oito anos de
administração pública na Prefeitura de Porto Alegre. E também por ter, a pedido
da Câmara de Vereadores, com projeto da Câmara de Vereadores, iniciado e feito
a estrutura dessa obra física, ainda no meu período. Mas de qualquer forma eu
saliento, sublinho, Ver. Morelli, que me sinto muito grato por estar presente
aqui, e apresentar, isso sim, um Projeto muito importante, do meu ponto de
vista, para a Cidade de Porto Alegre. Trata-se da transformação ou
revitalização de uma parte do Cais do Porto para atividades turísticas e
culturais. Gostaria de dizer que nós não estamos inovando em experiências
internacionais, porque parte dos portos de Nova Iorque, como o famoso Pier 17,
parte do porto de São Francisco na Califórnia Washian Word; parte do porto de
Londres, como as Doclands, de Toronto no Canadá; ou de Baltimore nos Estados Unidos,
ou de Puerto Madeiro, aqui mais perto, na Argentina, foram transformados em
atividades não-portuárias, mas culturais, turísticas, mudando completamente a
fisionomia e influindo decisivamente nas áreas adjacentes, como no caso de
Buenos Aires.
No momento se revitaliza uma área desse tipo, ou seja, de atividade
portuária que vai reordenar, sob o ponto de vista urbano, as áreas adjacentes.
Nós temos cerca de 5 quilômetros, um pouco mais, de Cais do Porto. Todos
conhecem, não vou aqui citar o chamado Cais Mauá, que situa-se desde as
proximidades da Usina do Gasômetro, aproximadamente à altura da Prefeitura
Municipal, edifício do Executivo. É o chamado Cais Mauá. Agora, vem uma questão
importante e introdutória desse projeto Porto dos Casais, que assim foram
denominados esses 1500 metros de cais. O futuro do transporte marítimo,
fluvial, transporte por navios, está associado a três itens. Ou se servem os
navios com o embarque e desembarque de porto graneleiro, que não é o nosso
caso, petroleiro, que não é o nosso caso, ambos são em Rio Grande, ou de
contêineres. Não existe mais em parte nenhuma do mundo portos onde se vê a
figura clássica do estivador carregando um saco ou uma caixa nas costas. Todo o
produto industrializado é carregado hoje em contêineres. No nosso caso, o
sapato, inclusive o tabaco e o fumo, que é o principal produto de exportação do
Rio Grande no porto de Rio Grande. A madeira serrada é transportada dentro de
contêineres. Já não existe mais carga que não se coloque dentro de contêineres.
Isso sem falar em carga frigorificada e as demais cargas.
O Cais Mauá, esse que descrevi desde a Usina até aproximadamente à
Prefeitura, não tem área para contêineres, a não ser que fossem demolidos os
atuais pavilhões existentes, o que não se quer. E mesmo que fossem demolidos, a
extensão de área que é de 45m entre o rio e a avenida, não permitiria o
armazenamento de contêineres. Então, é um cais que hoje serve para depósito. O
DEPREC está fazendo isso em supermercados, para depósitos da Secretaria de Educação,
ou seja, do próprio Estado, em decorrência das limitações que estou
apresentando.
Baseado em um programa que chama-se Programa de Revitalização de Áreas
Portuárias do próprio Ministério dos Transportes organizou-se primeiramente um
programa através de um concurso em que o projeto será exposto aqui relacionado
com a revitalização dessa parte do Cais que não tem futuro como Cais e, ao
mesmo tempo, está se abrindo uma licitação para um Plano Diretor de ocupação
dos portos da parte mais nobre dos restantes portos de Porto Alegre, ou seja, o
Cais Navegantes que vai da Prefeitura até a ponte, e o Cais Marcílio Dias, que
vai da ponte até mais adiante, em direção ao rio Gravataí. Ali tem terminais, o
calado é nobre, há uma área de 30 mil metros, atualmente sendo feita para
contêineres e áreas que poderão ser, no futuro, destinadas para contêineres.
Então, ao mesmo tempo que se precisa da revitalização de uma área que
não se prestará mais para atividade portuária, se pensa em revitalização de
áreas nobres do Porto de Porto Alegre para atividade portuária propriamente
dita. Nas áreas nobres há que se fazer investimentos e que serão feitos
gradativamente. Para isso estabeleceu-se um concurso, no caso, para o Cais que
é denominado classicamente de Porto dos Casais, através dos Instituto dos
Arquitetos do Brasil, que é a forma prevista em lei como se fora uma
concorrência pública. Apresentaram-se centenas de arquitetos interessados, 39
inscreveram-se nesse concurso, foram selecionados 3 e finalmente 1. Organizaram
esse concurso, não apenas o Estado, mas também a secretaria dos Transportes, a
Secretaria do Turismo, a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos
Internacionais, a Secretaria de Cultura dos Estado, como também participaram da
organização do concurso, além desses, órgãos, a Secretaria do Planejamento
Municipal, a Secretaria Municipal de Cultura, os dois titulares, o Departamento
de Esgotos Pluviais, a METROPLAN, a FEDERASUL, o Sindicato da Construção Civil,
evidentemente que o Instituto dos Arquitetos do Brasil e o Ministério dos
Transportes que é, afinal, quem tem o domínio sobre o Porto porque, como se
sabe, ele é uma concessão feita do Governo Federal ao Estado, através de oito
representantes, além do representante do DEPRC: do próprio coordenador do
concurso.
Nesse concurso houve diversas etapas de acompanhamento. Eu interrompi a
explanação no momento em que disse que foram escolhidos os três trabalhos que
foram submetidos à Prefeitura Municipal, através da Secretaria do Planejamento,
que teve, no caso, de acordo com as regras do concurso e de consentimento com o
Executivo Municipal, submetidos à Secretaria durante 15 dias, tendo havido uma
aprovação "in limine", preliminar a respeito dos três concorrentes e
finalmente foi escolhido um Projeto que é da equipe do arquiteto Alberto Pio
Adomilli, aqui presente, que vai fazer a exposição do Projeto propriamente
dito.
Durante o curso de todo esse processo, a Prefeitura foi acompanhando
através desses representantes da Secretaria do Planejamento, do DEP, da
Secretaria de Cultura que, inclusive, estipularam algumas regras relacionadas
com a chamada Área Funcional do Regime Urbanístico fixando alturas e também a
conveniência da manutenção dos prédios e dos pavilhões existentes, a fim de
evitar qualquer demolição que não é do interesse.
Nesse ínterim, o COMPAC, Órgão Municipal, o Conselho, fez um
pré-tombamento, notificou os órgãos do Estado a respeito do tombamento do Cais
do Porto, o que nós externamos diretamente ao próprio Prefeito Tarso Genro a
nossa concordância; embora, formalmente, tivesse o DEPRC obrigação legal de não
concordar com o tombamento por aviso, mas manifestamos ao Prefeito Tarso Genro
a nossa concordância quanto ao tombamento, exceto relacionado com a altura das
edificações, no que eu chamo a "esquina do Gasômetro" na verdade, é
junto à Usina, embora preservado pelo Projeto, numa distância mínima de 150
metros, mesmo assim o COMPAC recomendou o pré-tombamento, uma coisa que me
pareceu um pouco diferente, seria o tombamento da altura do edifício que vai existir
de 14 metros.
Como existe um projeto que está sendo desenvolvido referente ao projeto
da Fundação da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, que exigirá mais de 14
metros, nós solicitamos ao Prefeito para não acolher a questão altura, não nos
pavilhões onde concordamos, não é idéia demolir nenhum pavilhão existente,
vejam que tombados são os pavilhões A e B, tombados pelo Instituto Patrimônio
Histórico da União. O Prefeito concordou parcialmente, permitindo que a altura
fosse discutida com a Secretaria do Planejamento e com o Conselho do Plano
Diretor, ou a própria Câmara dos Vereadores no futuro. Isso foi deliberado
sexta-feira passada.
Em resumo essas são as seqüências dos passos dados relativamente a esse
projeto, reitero uma coisa, que fique muito bem claro, não é idéia de se fazer
rapidamente uma paralisação das poucas atividades portuárias que existem
atualmente no Porto do Cais da Mauá. A idéia é se permitir que a partir dos
armazéns A e B e o Pórtico que são tombados, cujo projeto executivo está sendo
ultimado neste final de ano, pelo Projeto em detalhes arquitetônicos, que se
possa fazer ali uma espécie de shopping gastronômico, como existe no Porto de
Montevidéu, ou no Porto de Buenos Aires, o Madero, e pensar-se na gradativa
ocupação das demais áreas do Porto e, principalmente, agora, já, ou no ano que
vem, iniciar o Teatro da Ospa na esquina que antes me referi, sem a limitação
de altura que, finalmente, foi acolhida pelo Senhor Prefeito.
Os recursos advindos de arrendamento, porque no sistema do Porto não há
concessão ao setor privado, o que há é a figura do arrendamento, mediante
concorrência, evidentemente, serão, esse é o plano do Governo, gradativamente
transferidos para investimentos junto aos Portos Navegantes e Marcílio Dias.
Era o que eu tinha, como introdução, a expor, evidentemente, submetendo-me a
qualquer pergunta posterior. Se V. Exa, Presidente Isaac Ainhorn, permitir
passo a palavra ao Arquiteto Alberto Giusepe Pio Adomilli que fará a exposição
do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Perfeitamente. Agradecemos
a presença do Secretário nesta Casa, juntamente com seus assessores, e a
possibilidade dessa exposição por parte daquele que se constitui no grande
mentor desse Projeto.
Dando continuidade, nós passamos à segunda etapa com a intervenção do
Arquiteto Alberto Adomilli e, posteriormente, concederemos a palavra a V. Exas.
para que façam indagações aos nossos convidados.
O SR. ALBERTO ADOMILLI: Em primeiro lugar,
apresento a minha equipe que é constituída de quatro Arquitetos: a Daniela Corbellini,
Patrícia Moura, Felipe Pacheco e Eduardo Neves. Eu sou o Coordenador do
Projeto, tendo sempre a participação deles. São pessoas recém-formadas e com
muito fôlego.
Eu agradeço a oportunidade que esta Câmara Municipal está nos dando de
poder apresentar o nosso Projeto e a nossa proposta para a Cidade de Porto
Alegre.
A nossa área de intervenção do concurso vai desde a primeira doca, que
não aparece aqui neste quadro, até a Usina do Gasômetro, é 1 Km e meio de
extensão X 50m, totalizando aproximadamente 80 mil metros quadrados. São 80 mil
metros quadrados que têm frente para o Guaíba e para a Cidade, não tem fundos,
é uma área muito nobre, muito valorizada, e a revitalização dessa área não será
só dela, será de toda a parte central da Cidade.
Nessa área, temos nitidamente dois setores grandes, um deles é uma área
que é reciclável, que seria a nossa proposta, são 12 armazéns, o último deles,
que não tem valor histórico será demolido ficando, portanto, 11, isso foi
permitido pelo Patrimônio Histórico. Esses 11 armazéns são preservados na sua
linearidade e histórico da Cidade, sendo então, um trabalho de reciclagem, ou
seja, as atividades que serão colocadas dentro desses prédios, manterão a
volumetria e a linearidade. Isso veio, inclusive, ao encontro do que falou o
Dr. Villela, da intenção desse pré-tombamento de toda essa área que nós, num
concurso, já tínhamos praticamente previsto.
Nessa extremidade aqui, que é a área mais charmosa, de mais densidade,
é uma área edificável, se propõe uma construção de aproximadamente 54 mil
metros quadrados. A totalidade aqui prevista, a nossa proposta é de 139 mil
metros quadrados de construção, ao custo de mais ou menos 103 milhões de
dólares. Então, essa área toda que vai ser reciclada e construída será
integrada à Cidade e nós vamos devolver, junto com isso, o rio à Cidade.
Evidente que, para fazer isso, teremos que abrir um espaço para que haja essa
integração removendo ou construindo outro sistema de contenção, em vez de ser
colocado aqui como está agora, que seria o muro da Mauá, se faria um novo
sistema de contenção à beira do Cais, com a mesma altura, com maior
resistência, um sistema mais moderno, mais seguro, com condições de ser testado
e mostrado à sociedade, aos técnicos, fazendo protótipos e tudo o mais. Esse é
um processo demorado, um processo de conscientização, um processo de
substituição do elemento de contenção por outro mais moderno e mais adequado,
sem ser um sistema de contenção traumática, como é no caso esse muro. Esse tipo
de proposta visa mudar as atividades desses armazéns através de um sistema de
reciclagem interna através de entrepisos ou mezaninos. Todos eles terão um
Projeto de entrepiso duplicando a área. Temos dois armazéns, os tombados, que
são objeto do nosso projeto executivo, que são o A e B e o portão central bem
na direção da Av. Sepúlveda. Aqui está o edifício do DEPRC. Esses pavilhões são
denominados de pavilhões "A", e, os outros são os "B".
Estamos fazendo um projeto executivo, que será entregue até o fim do mês com a
finalidade de depois fazer uma licitação e construir atividades completamente
diferentes das atuais.
Temos o terminal hidroviário que pretende concretizar a ligação
hidroviária de Porto Alegre para cidades vizinhas, aproveitando o potencial
ainda pouco explorado.
Haverá um café-bar e pequenas lojas dentro do terminal para servir
aqueles que aguardam o embarque. O segundo armazém é o "Guaíba Design
Center". Aí pretende-se colocar um "shopping Center"
especializado em produtos e serviços relacionados com decoração, materiais,
equipamentos e acessórios para ambientes residenciais e comerciais. São
propostas de atividades em função de um retorno econômico. O nosso estudo visa
a um retorno de seis milhões de dólares/ano pelo arrendamento do solo. Esse
arrendamento do solo é em função da área possível de construção e do retorno em
função das atividades. Fez-se um estudo apurado de tudo isso que, dentro do
conjunto global, atendendo a população e a iniciativa privada, esse tipo de
atividade, a nosso ver é o mais rentável e o mais adequado.
Depois, temos o edifício do DEPRC, que será preservado, mas será
reciclado com um hotel três estrelas. Terá 30 apartamentos e será totalmente
reformulado. Depois, o Portal do Guaíba, o projeto do Executivo, e esse
conjunto, tombado pelo patrimônio histórico, será a entrada do Porto dos Casais
e haverá café, pequenas lojas, escritórios de turismo, sala de projeções, etc.
A Vitrine do Mercosul. Essa é a parte interna dos armazéns, que terá um
entrepiso, que será todo reconstituído - estamos elaborando as plantas para o
patrimônio histórico -, tudo mantendo as mesmas características que tinha
antigamente. A Vitrine do Mercosul são quatro armazéns, onde se pretende a
presença de todo o Mercosul, composta pelos Armazéns Al, A2, A3 e A4, que são
armazéns reciclados. Os pavilhões podem ser do Uruguai, da Argentina, outro do
Chile, do Paraguai, onde se poderá tomar um bom vinho chileno, etc. Vai
representar, mostrar toda a cultura, o folclore, as tradições dos países do
Mercosul, além das nossas etnias, os espanhóis, os alemães, os italianos.
Existirá uma praça, que se chamará Praça dos Guindastes, vamos preservá-los já
que estamos bastante acostumados com o perfil desses guindastes no céu. Eles
serão usados para sustentar uma cobertura de lona e, embaixo terão atividades
como música, praça de alimentação, ginásticas, todo um sistema de integração
entre essa área - que era portuária - e a sociedade toda.
Ainda temos dois armazéns que serão integrados ao hotel internacional.
Será um complexo hoteleiro internacional comum, hotel de cinco estrelas.
Pretende-se construir uma das principais âncoras do processo de integração de
Porto Alegre no cenário do turismo internacional. "É um prédio de 29 mil
metros quadrados, com 300 apartamentos, 5 estrelas, com Centro de Convenções,
com tudo que se exige de um hotel internacional, marina própria e todas as
atividades necessárias para que tudo isso se transforme num ponto de referência
da Cidade de Porto Alegre.
Os Armazéns que ficam perto - um deles vai ter piscina térmica - todos
eles reciclados e integrados ao sistema hoteleiro. Haverá uma passagem
independente para a marina, que seria esta passarela elevada. Então, todo este
conjunto de hotelaria será implementado nesta extremidade. A altura deste
prédio nós estamos propondo a partir da quota de 2,40 - o rio tem quota zero -
que seria uma altura máxima de 55 metros, que equivale a 15 pavimentos.
Do lado do hotel, que tem forma de navio, esta é a nossa volumetria,
que nós achamos mais adequado, porque estamos acostumados a passar pela Av.
Mauá e ver os navios, nós temos um prédio chamado Teleporto. O Teleporto é um
Centro empresarial inteligente, comércio nacional e internacional, um prédio de
8 pavimentos e com uma área perto de vinte e sete mil metros quadrados, dos quais
12 mil metros quadrados são de estacionamento, embaixo.
Nós teremos, também, shopping aberto, shopping fechado, shopping do
Parque e um shopping dinâmico. Nós poderemos criar ambientes novos dentro das
mesmas áreas dando uma maior velocidade, uma maior integração com os ambientes
que estão pertos. Então, é um complexo de cultura, de lazer, de comércio. Nós
prevemos o prédio da OSPA, que é um prédio que tem cinco mil e quatrocentos
metros quadrados, que está integrado neste conjunto para fazer esse complexo. É
um prédio que está elevado acima desse nível, chegando a mesma altura, mais ou
menos 28 metros, sempre prevendo uma altura mais baixa para que não haja um
conflito de altura entre esses prédios.
Temos um anfiteatro público ao ar livre, que deverá ter uma capacidade
superior a mil pessoas; shoppings, lagos com jogos aquáticos, uma marina
pública, uma boite e escola de natação. Embaixo fica o Clube Náutico, que é um
edifício destinado ao público e, principalmente, para integrar o rio com as
atividades de lazer. Todo esse complexo tem dois andares. Há um estacionamento
que tem capacidade para mil trezentas e vinte e duas vagas. Existem também
vagas externas durante as vinte e quatro horas. As marinas estão projetadas com
o propósito de atender às embarcações públicas e privadas que por ventura
atracarem ali.
Atualmente existe um sistema de contenção de cheias, que é chamado Muro
da Mauá, que é uma cortina de concreto, e foi feito dessa forma para evitar a
percolação. Na nossa proposta, queremos substituir esse sistema por um mais
moderno, mais seguro um sistema mais agradável, menos traumático. Queremos
construir esse sistema na beira do cais. A finalidade disso é que esse muro de
contenção atual protege a Cidade, mas não protege o empreendimento. O que queremos
é que haja uma proteção da Cidade e também do empreendimento, construindo outro
sistema equivalente e até mais resistente que o atual. O sistema proposto são
pilares de concreto fixos no chão através de sapatas, com calhas, colocados de
4 em 4 metros, há correntes de sinalização, pilares moldados no local, são
feitos de concreto de alta resistência. A estrutura resistente é uma estrutura
fixa no cais do porto, não precisa levar, não precisa mexer e é a que suporta a
carga. As placas de concreto, que são elementos móveis, estão colocadas na
posição certa, são placas de 3 por 4 metros, placas de concreto protegido, que
é um concreto bem mais resistente, é um concreto usinado, com controle de
qualidade rigoroso – só para vocês terem uma idéia, na época em que foi feito o
Muro da Mauá, tínhamos aço CA24, quer dizer, concreto armado de 2.400k/cm2,
esse aço tem um baixo teor de carbono, mas é muito atacado pelos defensivos
agrícolas, pelo sal, por todo elemento que existe no porto. Certamente hoje em
dia esse concreto está com resistência menor. Hoje em dia, 30 anos depois, a
engenharia evoluiu e os materiais de construção também. Temos concretos
chamados concretos hidráulicos, feitos em usinas, com testes rigorosos, a placa
é totalmente à prova de qualquer tipo de carga, tanto que os viadutos que temos
aí estão funcionando perfeitamente, sem problema nenhum. Essas placas, que são
de 3X4, com total resistência seriam colocadas aqui e seriam erguidas no caso
de uma enchente. No caso de enchente se processaria da seguinte maneira: há uma
cota, chamada de cota crítica; a partir daí, o rio vai chegar na beira do cais
depois de 72h, numa velocidade maior que possa existir. Tenho 370 placas que
podem ser levantadas através de um equipamento, um caminhãozinho com um braço
hidráulico, que demora um minuto para fazer esse processo. Nós temos 60
caminhões aqui, na Grande Porto Alegre. Vamos imaginar 400 placas, seriam 400
min, colocando 4 caminhões são 100 min. Em duas horas, numa manhã, coloco todas
essas placas, sem problema algum.
As placas estão aí, são de um concreto cujo aço tem uma resistência 4
vezes maior do que o outro e não enferruja. O concreto é um concreto
hidráulico, testado, não tem problema de resistência, não tem problema de
movimentação, as placas são exatamente posicionadas no lugar.
Esse muro pode ser construído. Temos laudos da Faculdade de Engenharia,
de autoridades. Pode ser executado, testado. Temos um produto até melhor do que
o existente, para a segurança da população.
O SR. PRESIDENTE: Encerramos a primeira parte
da apresentação do projeto, com a introdução do Dr. Guilherme Socias Villela e
do Arquiteto Alberto Adomilli.
Primeiro Vereador inscrito é o Vereador Nereu D'Ávila.
O SR. NEREU D'ÁVILA: Excelentíssimo Senhor
Secretário Guilherme Socias Villela, Arquiteto Alberto Adomilli, vencedor do
Concurso.
Duas coisas eu gostaria de registrar para os Anais a respeito do
ex-Prefeito Villela.
Primeiro, muito tardiamente mas "antes tarde do que nunca, diz o
ditado popular, pois vale sua iniciativa de construir este prédio da Câmara. É
graças a V. Exa. que hoje estamos aqui recebendo alíquotas que cada Presidente
amplia o seu conforto, todavia não é, ainda, totalmente confortável em relação,
por exemplo, a Caxias, Novo Hamburgo e outros Legislativos. Agora se não fosse
a visão de V. Exa., naquela época, hoje não teríamos nada. Lamento - e não vale
a pena recordar - que alguns obstaculizaram a conclusão que V. Exa. pretendia
dar a este prédio.
O segundo registro é a esta beleza de projeto de revitalização de uma
parte da Cidade que vai acrescentar, e muito, a nossa Porto Alegre. Desde
muitas administrações municipais que se quer ver o centro da Cidade, em
qualquer um dos seus locais, revitalizado. Inclusive, a própria Rua Vinte e
Quatro Horas em outro local da Cidade tem este mesmo intento. Isto é algo que
vai acrescentar muito à Cidade.
Recentemente estive em Buenos Aires e visitei o Puerto Madero e jantei
em um daqueles restaurantes. O Puerto Madero não está concluído, mas como disse
V. Exa. e eu confirmo, mudou completamente a feição daquela parte da cidade
oportunizando um enorme fluxo e refluxo de turistas e à noite uma multidão de
pessoas, principalmente jovens.
Então, realmente, muda toda a circunstância daquele perímetro da cidade
e como seria o caso do nosso Porto, da parte da Prefeitura até a Usina do
Gasômetro. Eu pretendia indagar, do arquiteto sobre a parte final do que ele
expôs. Mas expôs com tanta precisão a respeito do Muro da Mauá e Vossa
Senhoria, Arquiteto Alberto Adomilli, traçou, com poucas pinceladas, aquilo que
vinha resistindo nessa Cidade e que hoje se vê, com a argumentação lúcida,
fortalecida pelo aspecto técnico que V. Sª colocou na discussão, que não há
problema. Eu faço parte dos cerca de 50% da população desta Cidade que pretende
um reencontro do rio com a sua população.
Diante de um projeto magnífico destes não se pode, até por lógica
absoluta, ou fazer dois muros ou não fazer o projeto de revitalização. Diante
disso e da brilhante exposição de V. S. ficou claro que a segunda contenção
protegeria um investimento de milhões de dólares, que tem que ser protegido. E
também teria, segundo a exposição absolutamente técnica de S. Exa., através de
placas com concreto hidráulico e outro referido, mais posição de proteção. Por
todos esses motivos, me sinto satisfeito. Eu sei que a discussão vai ficar
muito nessa questão do muro; por isso, fui logo ao assunto.
Eu me sinto satisfeito diante da nova alternativa proposta por V. S.,
que vai ser móvel, mais moderna e mais resistente. Diante disso, não tenho mais
nada a acrescentar, a não ser agradecer pela cooperação dos três, inclusive de
V. Sª, com quem tive a oportunidade de discutir na TV COM; ao IAB, que
proporcionou a Porto Alegre uma nova dimensão que vai mudar todo um perímetro
hoje ocioso e que terá um vislumbre, para o ano 2000, e absoluta modernidade.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: Há mais quatro inscrições.
A não ser quando tiverem a formulação de um quesito especificamente, então
passaremos a palavra a quem o Vereador gostaria de ouvir, ou seja, ao
arquiteto, vencedor do concurso, ou ao Dr. Guilherme Vilella.
O Ver. Airton Ferronato está com a palavra.
O SR. AIRTON FERRONATO: Sr. Presidente, membros da
Mesa, Srs. Vereadores e demais presentes, gostaria de registrar que em 08 de
junho de 1994, Proc. 1303/94, eu apresentei um Requerimento à Câmara, que passo
a ler. (Lê.) Então já naquela falávamos da importância da fábrica. Fui até
ovacionado, naquela oportunidade, mas o que nós vemos que a existência do
Porto, em Porto Alegre, era um aspecto muito interessante para fins econômicos.
Ouvindo as exposições do Secretário da impossibilidade do Porto em razão da
imensidade de conteiners, ele se torna um Porto não econômico. Por isso acho
importantíssimo o processo e esse Projeto está bem encaminhado.
Quero cumprimentar o Sr. Secretário e os arquitetos que se envolveram,
pois Porto Alegre vai ganhar muito com isso e Porto Alegre precisa de Projetos
arrojados no sentido de embelezamento e de busca de atração turística e usar
aquilo que temos de bonito que é o Rio Guaíba. Parabéns, Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão
está com a palavra.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Quero saudar o Secretário
Vilella por esta brilhante esposição; o Presidente do IAB e o Arquiteto,
vencedor dessa maravilhosa obra que nos apresentaram nesta tarde.
Tive a grata satisfação de visitar a exposição dos trabalhos
vencedores, lá no Cais do Porto. Eu queria inicialmente, nesta minha
intervenção, registrar a avaliação que faço da importância desse nosso Projeto.
Acho Sr. Secretário, seguramente, que este Projeto vai dar a cara de Porto
Alegre, vai permitir a reaproximação da Cidade com aquilo, que talvez seja a
coisa mais importante, que é o nosso Rio e que ao longo de tantos anos estamos
distante dele. Acho que o Projeto além de toda a perspectiva de crescimento
econômico, de revitalização do turismo e de se colocar, inclusive, como a
questão fundamental nesse momento que o Rio Grande e Sul e o Brasil vivem este
problema que é sua integração efetiva no pólo do MERCOSUL, Porto Alegre está de
parabéns pela iniciativa, que está dentro, inclusive, de uma proposta
governamental, que hoje vive o Estado do Rio Grande do Sul. Condizente com este
momento político, histórico que vive o País, de modernização de sua
infra-estrutura e de, inclusive, ingresso com condições de competitividade no
Século 21.
Quando vi pela primeira vez o Projeto, na exposição que tivemos no Cais
do Porto, me tornando entusiasta da proposta, falei várias vezes sobre ele em
algumas oportunidades e senti que duas preocupações estavam muito presentes nas
pessoas com quem discutimos esta questão: a questão do Muro da Mauá como nós
chamamos, que bem especificado, e a utilização da parte do Porto, que não é
exatamente a parte do Porto dos Casais que é a parte do serviço portuário que é
o objetivo final do Porto.
Nós enquanto Vereador da Cidade, temos uma responsabilidade muito
grande em relação a todos os empreendimentos que aqui se colocam, eu acharia
importante, se os Senhores pudessem colocar para nós alguma coisa a mais a
respeito dessa outra parte da utilização do Porto. Evidentemente o Porto dos
Casais com este Projeto, por mais que alguém possa ter uma visão obscurantista
contra o desenvolvimento de Porto Alegre, ninguém vai conseguir ser capaz de se
colocar contra a implantação do Porto dos Casais, nos moldes que os senhores
estão propondo. Parabéns por isso.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Nós consultaríamos os
nossos convidados, como as primeiras intervenções foram ponderações que até
permitiriam considerações de nossos convidados. A Vera. Clênia solicita
esclarecimento. Então, nós pediríamos aos nossos convidados que anotassem a
questão e, ao final, fariam uma resposta em bloco.
Passamos a palavra ao Ver. Elói Guimarães.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: É sempre bem vinda a
presença do Dr. Guilherme Socias Villela, ele que teve, ao longo de um período,
toda uma relação com a Câmara Municipal de Porto Alegre, e com os demais
integrantes da Mesa.
Eu gostaria de fazer um questionamento: nós todos sempre condenamos a
matriz rodoviária que se instalou no país, a partir da década de 50, onde o
rodoviarismo assumiu, a partir daquele momento, papel significativo; a hidrovia
e a ferrovia foram perdendo espaço. V. Exa. Dr. Guilherme Socias Villela, no
início da exposição colocou que nosso Porto Cais Mauá perdeu as suas funções,
as suas finalidades, já que não se presta a ser um porto graneleiro,
petroleiro. Então, eu precisaria ouvir de V. Exa. e dos demais integrantes da Mesa,
o diagnóstico do nosso Porto do Cais Mauá, se ele, efetivamente se esgota, se
ele perdeu as finalidades de porto e está condenado à morte, por assim dizer, e
se a vinda do empreendimento GM não teria alterado toda a relação. Esse é o meu
primeiro questionamento.
Quanto ao projeto, um belo projeto, eu faria a seguinte indagação: o
Centro de Porto Alegre é uma península e o cais do Porto da Mauá está na ponta
da península. Com esse complexo, esse verdadeiro pólo de "n"
atrações, nós não estaríamos criando uma demanda sobre a demanda existente, que
já estabelece dificuldades tão grandes para se administrar o trânsito em Porto
Alegre?
A terceira questão é a do muro. Quando se coloca a possibilidade de se
construir os pilares e fazer um muro móvel, por assim dizer, continua-se
admitindo a possibilidade de transbordamento do Rio? Sobre essas três questões
eu gostaria de ouvir o comentário de V. Exa. e dos demais integrantes da Mesa.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Passemos a palavra ao Ver.
Clóvis Ilgenfritz.
O SR. CLÓVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, quero, inicialmente, cumprimentar o nosso ex-Prefeito, Guilherme
Socias Villela; o Arquiteto Adomilli e sua equipe pelo brilhante trabalho
apresentado aqui; o nosso companheiro Presidente do IAB, Arquiteto Carlos Faet.
Aproveito para pedir licença ao Presidente para saudar um Arquiteto, nosso
companheiro que há 30 anos foi para Belém e não voltou, agora está nos
visitando: o Jorge Neves, e também o Oscar Trindade que é ex-Diretor do DMLU e
outras pessoas que saudamos pela presença hoje aqui, designados que fomos pelo
nosso vice-líder Ver. Guilherme Barbosa.
Nós também achamos que essa obra é importantíssima e entendemos que,
senão todos, a grande maioria dos ex-Prefeitos e o atual tiveram preocupações
enormes no sentido de como aproveitar melhor essa área, que é Federal e que tem
designação para ser administrada pelo Estado. As dificuldades, históricas, de
se usar essa área para outras finalidades são conhecidas de todos nós. Mas, finalmente,
creio que chegamos a um momento de júbilo, conseguimos viabilizar um Projeto
desta envergadura, com uma intervenção urbana de grande porte, não é muito
singular no nosso meio. São intervenções que vão a muitos mil metros quadrados
de área construída e com equipamento fundamental para uma Cidade como a nossa,
inclusive em função do Mercosul e outras questões que foram colocadas.
Algumas indagações que queríamos fazer foram coincidentes com as já
formuladas. Quero dizer, também, que acho importante a participação - e
gostaria de um pouco mais de esclarecimento nesse sentido - dos órgãos públicos
municipais como a Secretaria do Planejamento, dos Transportes, do Meio
Ambiente, do DEP. Ouvi a exposição e entendo que essa volumetria, esse processo
todo estava compatibilizado com todo um processo, de qualidade muito boa, de
ocupação dessa área.
Então, em nome do PT, por designação especial do nosso Líder, queríamos
cumprimentá-los e dizer que desejamos que, o quanto antes o Projeto se
viabilize. Tenho a certeza de que ele não só é bom para o município de Porto
Alegre como para toda a região do Mercosul. Por outro lado, sabemos das
polêmicas criadas pelo Muro da Mauá, da polêmica criada em função do uso e da
metodologia do uso daqueles espaços. Eu acho que isso também está sendo
resolvido de uma forma tecnicamente boa, politicamente saudável e culturalmente
fundamental para a nossa Cidade. Uma das indagações que acho que não foi feita
é de qual será o uso desses espaços, o comando, o processo de utilização será
atribuído ao Poder Público ou licitado à iniciativa privada? Será por comodato
ou que tipo de encaminhamento ele terá? Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Lauro
Hagemann.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, saúdo os componentes da Mesa, Dr. Guilherme Socias Vilella, Arq.
Maximiliano Fayet, e o Arquiteto vencedor do Concurso Alberto Adomilli, eu
tenho só uma pergunta. Antes, gostaria apenas de registrar a satisfação do
Projeto, porque além do Centro de Porto Alegre, parece-me que a visão que se
oferece é a restauração de uma parte importantíssima da Cidade, que é o chamado
4º Distrito, adjacente a todo esse processo, que sofrerá uma remodelação, para
melhor. Hoje, aquela área da Cidade está deteriorada pelas circunstâncias que
nós conhecemos.
Quero fazer uma pergunta ao vencedor do Concurso, ao Dr. Fayet, ao
Secretário Vilella, sobre a questão da defesa da Cidade contra a possibilidade
da cheia. Foi explicado que há um novo projeto em perspectiva, a eliminação do
muro da Mauá, que é uma reivindicação de parte da Cidade, mas pergunto se foi
consultado o Instituto de Pesquisas Hidráulicas, o IPH da UFRGS, porque aquele
pessoal tem longa tradição no trato dessas questões hidráulicas e só pergunto
se foi consultado, e se eles deram a opinião a respeito desse processo novo de
contenção de uma eventual cheia. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver.
Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: (Saúda os componente da
Mesa.) Tenho duas questões objetivas a fazer. Eu acho que quanto às avaliações
em relação ao projeto estão mais que feitas, eu sou subsignatário. Se o projeto
todo, especialmente ao do hotel, na ponta, prevê eventualmente algum aterro
sobre o Rio, algum avanço sobre o Rio? Em segundo lugar se já há a estimativa
de prazos para a implantação global do projeto, ou mesmo um cronograma de que
partes, sucessivamente, seriam implantados. Apenas isso, bem objetivo. Agradeço
em nome da minha Bancada e dos companheiros, já que vou transmitir tudo aos
meus futuros colegas-Vereadores com a possibilidade de conhecermos o projeto
com os detalhamentos que o Secretário trouxe à Casa.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Agradecemos ao Ver. Antonio
Hohlfeld e o próximo inscrito é o Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Secretário, tenho duas
questões claras e um pedido. Primeiro: o Trensurb tem o seu final,
aproximadamente ali na Secretaria Fazenda, eu gostaria de saber se o muro vai
também englobar essa parte do Trensurb, ou começa do Trensurb em direção a
Usina do Gasômetro. A segunda é uma notícia reafirmada aqui, e nos jornais já
aparecia, que é a construção da sede da Fundação OSPA, gostaria de saber se tem
alguma idéia de prazos dessas construções, alguma coisa a respeito dessa casa
final da nossa Fundação - OSPA. A sugestão, é que eu gostaria que concluído
esse projeto a Secretaria de Transporte do Estado também se preocupasse com o
estudo de aproveitamento da área da Viação Férrea. A minha idéia é que,
terminado esse projeto, se entendesse um pouco mais, como foi feito no Rio de
Janeiro com o Teleporto, pelo nosso arquiteto a quem cumprimento neste momento.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra a Vera. Maria
do Rosário.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: (Saúda os componentes da
Mesa.) A questão que me faz participar neste momento é de como podemos garantir
o caráter público desse empreendimento. É claro que a Cidade como um todo tem
um interesse muito grande no sentido de um centro cultural, de um centro de
serviço, de um centro de lazer, que garanta acesso a toda a população. Eu
compartilho essa preocupação com o Secretário, porque sempre tive uma
resistência muito grande a empreendimentos do tipo hotel e marina, mais com característica
privada na beira do rio. Isso porque já temos uma série de lugares em Porto
Agre em que, praticamente, o acesso da população ao rio está dificultado, pela
própria presença de clubes em lugares que foram privatizados ao acesso desta
população.
Eu gostaria de saber como vamos dispor de recursos públicos, se vamos
captar recursos junto a instituições e como, na essência do projeto, podemos
garantir que o acesso da população seja garantido a todos os espaços, visto que
é uma área pública e que não mudará o seu caráter mesmo com esse
empreendimento, que, de um modo geral, saudamos até como um esforço grande do
Estado, da União e do próprio Município no sentido de que isso venha a ser uma
realidade para a população, mas com o caráter de empreendimento público
acessível a toda à população.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Raul Carrion está
com a palavra.
O SR. RAUL CARRION: Nossa saudação ao
Secretário Socias Villela e aos demais presentes. Este é o primeiro contato que
tomamos com este projeto e acho importante para que possamos compreendê-lo
melhor. Eu tinha algumas questões bem objetivas que gostaria que fossem melhor
esclarecidas. Primeira, esse investimento que se fará será público, privado? Em
segundo lugar, é previsto um sistema de arrendamento, pelo que entendi, porque
é uma área que não poderia ser cedida, então, como será esse sistema de
arrendamento? Como se dará esse processo. Terceiro, esse Projeto implica a
desativação de uma parcela do Porto. Os trabalhadores que aí atuam, qual é a
previsão do seu aproveitamento? Como se daria esse processo ou causaria uma
perda do trabalho destas pessoas? Para concluir, também a preocupação já
manifestada pelo Ver. Elói Guimarães, quanto à questão viária em relação a este
Projeto, um certo afunilamento, um grande empreendimento, interessante, como
isso está previsto no conjunto do projeto à solução.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver.
Jocelin Azambuja.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Eu não poderia deixar de me
manifestar, Sr. Presidente, especialmente ao nosso Secretário Estadual, Socias
Villela e sua Assessoria porque nós estamos presidindo uma Comissão Especial
que trata da questão da Rodoviária e uma das questões que se pode verificar é
que o problema não é a Rodoviária, o problema é o entorno da Rodoviária, porque
o Governo Municipal não fez as obras que deveria fazer no sentido de
viabilização melhor do tráfego como a pista elevada nas obras viárias e outras
obras que são importantes que devem ser feitas.
O Projeto, eu acho, é maravilhoso; realmente contempla o interesse da
Cidade, mas me preocupa uma questão, até por que o Prefeito Tarso Genro, há
pouco tempo, também encaminhou um projeto semelhante, queria fazer uma
alteração das unidades territoriais, que envolve o Parque da Harmonia e
possibilitaria a alteração da unidade territorial, próximo ao Riacho Ipiranga,
onde seria construído uma marina e tudo mais. Quer dizer, já é também um
projeto que tem o apoio do Governo Municipal de Porto Alegre, do Partido do
Governo, porque já tinha apresentado um projeto semelhante, aqui, na Câmara, a
modificação dos índices de possibilidade de construção nesta área. Mas acho que
o Estado está agindo corretamente com o aproveitamento desta área.
A grande preocupação que fica é que eu não vi se está previsto um
sistema viário específico e especial para essa obra, como por exemplo, uma
elevada. Já que a Mauá apresenta um nível de congestionamento. Se existe alguma
elevada que possibilitaria integrar a Castelo Branco com a nossa Beira Rio, a
Edvaldo Pereira Paiva? Porque um pouco antes do Gasômetro já apresenta
congestionamento no estrangulamento da pista. Então, com toda essa obra,
evidente que teremos um afluxo maior de veículos. Então, será que o Governo do
Estado já pensou também num projeto, não só de aproveitamento do Porto, como
também uma obra viária para Porto Alegre, ou pensou junto com o Governo
Municipal, para que nós não tenhamos amanhã ou depois problemas semelhantes
como os que temos na Rodoviária? O problema é a Rodoviária? Não. O problema é o
trânsito, porque não foram feitas as obras. Agora, cria-se essa obra
maravilhosa ali e depois vão dizer que o trânsito está assim e o problema é a
obra do Cais do Porto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência registra a
manifestação do Ver. Jocelin Azambuja como o último inscrito. Tomamos o cuidado
para que todos os Vereadores pudessem manifestar-se, os que assim o desejassem,
que não ficasse restrito àquilo que o Regimento, de forma muito rígida,
estabelece que são os dez Vereadores, a despeito da contrariedade do meu Líder
Ver. Nereu D'Ávila e eu permiti democraticamente a 11ª inscrição do Ver.
Jocelin Azambuja.
Passamos, então, a terceira etapa do processo que representa as manifestações
finais dos nossos convidados em relação às ponderações e os questionamentos
formulados pelos senhores Vereadores.
A palavra com o Secretário Villela.
O SR. GUILHERME SOCIAS
VILLELA:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu registro o júbilo e a satisfação pela
quantidade de indagações e ponderações feitas. Apesar de algumas serem comuns,
eu registrei 19 perguntas para responder. É uma questão de tempo. Vou tentar
simplificar, porque algumas são comuns. Inicio com a Vera. Clênia Maranhão
quando me pediu algumas observações sobre o Cais Navegantes e Marcílio Dias,
essa pergunta foi repetida por alguns. Todo o produto de arrecadação por
arrendamento, que se fizer no decorrer dos anos, serão para aplicação no Cais
Navegantes e no Cais Marcílio Dias. Alguém perguntou sobre a GM, existem duas
hipóteses de microlocalização da GM. As duas mexem com o sistema fluvial, e
até, em certo sentido, o projeto GM resgata uma parte da perda de posição da
navegação fluvial em detrimento do rodoviarismo existente após a 2ª Guerra
Mundial.
Uma hipótese de localização da GM é no Município de Guaíba, nos
próximos dias será decidido, junto ao arroio do Conde, portanto nos limites do
Município de Eldorado, junto ao rio, evidentemente que a semelhança do que
ocorre com o Pólo Petroquímico a GM terá um terminal privado, ou para uso da
fábrica, se precisar. A segunda hipótese, menos provável, se for para Gravataí
certamente que terão que ser feito investimentos no cais Marcílio Dias, junto
ao rio Gravataí num terminal amplo, com retroárea para embarcar 100 mil carros
por ano, isso significa que vai mexer com a navegação fluvial mesmo nas duas
hipóteses. É claro que se estabelecer em Gravataí uma parte é provável que vá
pelas partes chamadas cegonhas, por rodovias.
Outra questão formulada foi sobre o muro em geral, como foi percebido
na exposição o muro pertence a um sistema de contenção de enchentes que o
projeto preserva, ele apenas altera a posição do muro, mais ou menos na altura
do Trensurb, aí vem outra pergunta, até a Usina, isso significa que se transpõe
o muro para junto ao Cais e, conforme a exposição feita pelo Arquiteto Pio
Adomilli, ali se transforma numa ciclovia para percorrer os mil e quinhentos
metros de Cais.
Quem visitar esses portos que foram revitalizados, inclusive Puerto
Madero tinha um muro. O muro como está é incompatível com a revitalização do
Porto para esses fins. O muro existe, mas se fosse feito um projeto dessa
natureza, ou menor ou menos ambicioso com o muro, seria então a cidade de lá e
a de cá, não daria certo. Quero deixar bem claro que o Projeto contempla um
sistema de proteção contra enchentes, mas na parte referente ao Cais Mauá, ou
seja, o Porto dos Casais, o Projeto é incompatível com o muro.
O Ver. Clóvis Ilgenfritz perguntou se seria feita uma licitação. É
claro que há uma licitação. Está sendo elaborado um concurso de arquitetura
para a FOS (Fundação OSPA), que será um empreendimento público da OSPA. No
restante, de um modo geral, o que se pretende são licitações para concessões ao
setor privado, mas não concessão no sentido de privatização, é um arrendamento,
porque não cabe outra coisa. Já apareceram muitos interessados. O Estado não
pretende, por exemplo, nos armazéns A e B, cujos Projetos ficaram prontos no
fim do ano, administrar se num lugar vai um restaurante, ou se em outro lugar
vai uma loja de conveniência, ou uma livraria, provavelmente ele iria fazer uma
licitação, no mínimo por armazém, porque se não o Estado teria que montar uma
estrutura que ele não tem.
Então o empreendimento público seria o da OSPA. O que se pretende é que
haja uma participação do público em geral, Vera. Maria do Rosário, a natureza
do empreendimento não é outra senão a de permitir a participação do público e,
aliás, até para acostumá-lo, nós abrimos, desde o ano passado, os armazéns A e
B, que têm sido sistematicamente, todos os fins de semana, motivo para uma peça
de teatro, para um acontecimento comunitário, desfiles até, dessa natureza. Eu
lembro que na Argentina, em Puerto Madero, a Universidade Católica da Argentina
já está lá instalada, inclusive, universidades dentro do Puerto Madero, com
participação estudantil participativa no Projeto dos estudantes universitários
de Buenos Aires, mas é claro que essa participação se dá na medida em que
tivermos restaurantes, cinemas, teatros e empreendimentos dessa natureza. Vai
cair o muro para que a população possa realmente participar. Como já disse,
Ver. Raul Carrion, o investimento público é a OSPA, fundamentalmente, há
investimento privado, conforme o cálculo feito pelo estudo de viabilidade, que
passarei às mãos do Presidente depois, feito pelo Arquiteto Alberto e sua
equipe, é alguma coisa em torno de 103 milhões de reais, só imaginar essa
injeção de recurso em Porto Alegre, para dar uma idéia do investimento a ser
feito.
É Claro que o Estado não tem recursos para bancar isso e nem é a sua
função, no meu entendimento, ser proprietário ou estar administrando
diretamente restaurantes. Quanto ainda à desativação do atual Porto, chamo a
atenção de que lá não tem uma atividade muito intensa, tem muitos pavilhões que
estão sendo arrendados para depósitos de supermercados, outros com materiais da
Secretaria de Educação. Por quê? Porque o Porto, a título de cargas, já é para
contêineres.
O Estado, diga-se de passagem, na Administração do Governador Collares,
fez uma concessão de uma área de 30 mil metros ao setor privado, junto à
Rodoviária atual e, ali, está sendo instalado, num investimento que deve ser da
ordem de cinco a sete milhões de reais, num pátio de 30 mil hectares, guindastes
para contêineres, um projeto que nós estamos acompanhando, criticamente, até,
por uma série de problemas que não vem ao caso, aqui, relatar. Mas ali deverá
haver a revitalização, pois se quer a revitalização da área que não está sendo
ativada no momento, que são os Cais Navegantes e, futuramente, mais distante, o
Cais Marcílio Dias. Então, é pouca a atividade e não se pretende de forma
nenhuma inibir a atividade que existe no atual Porto, até porque é um Projeto
que não é para ficar no papel. No mínimo, para os Armazéns A e B, a Licitação
sai em fevereiro do ano que vem. Agora, o restante provavelmente será
gradativo. Eu digo provavelmente, porque eu não sei se haverá interesse pela
totalidade.
A sua preocupação referente a trabalhadores, no caso, embora se
justifique, pode ficar tranqüilo, porque queremos dar novas oportunidades na
parte mais nobre do Cais.
Eu vou pedir que, logo depois, o Arquiteto Alberto Adomilli responda
uma pergunta sobre o aterro, que é uma pergunta do Ver. Antonio Hohlfeldt. O prazo
de implantação, Vereador, eu estou imaginando que, em fevereiro, se possa abrir
a licitação. Existem projetos concretos que ficam prontos, ou seja, o projeto
executivo, o restante é um Plano Diretor. Nós estamos dando prioridade, agora,
para o Teatro da OSPA, isoladamente. Só segunda-feira, o Prefeito Tarso Genro
me comunicou a decisão que era possível não limitar a altura para o Teatro. Com
isto, nós podemos dar curso ao Projeto. O restante é aos poucos.
Eu vou também pedir ao Arquiteto Adomilli que responda sobre o Trensurb
que é uma pergunta do Ver. Artur Zanella, ou seja, onde começa o muro na parte
junto à água, e quanto à OSPA que já respondi em parte.
Quanto à rede ferroviária, é claro que não temos nenhum projeto
relacionado a ela, que tem seus projetos para essa área e que fica na altura da
Av. Ipiranga. Mas chamo a atenção que o Ver. Lauro Hagemann levantou uma
questão extremamente importante na medida em que, com o projeto para o futuro
Cais Navegantes, e mais tarde o Cais Marcílio Dias, teremos uma revitalização
ou uma influência urbana de peso no 4º Distrito. E isso é extremamente
importante que desde já seja levantado. Quando se faz um investimento desse
tipo, no caso, no Cais Navegantes, de movimentação de cargas, ter-se-á
necessariamente uma influência no entorno. É possível que isso venha a exigir
até algumas observações e mudanças em relação ao Plano Diretor que está em
tramitação nesta Casa, em relação ao 4º Distrito, por influência desse tipo de
investimento.
A questão iniciada pelo Ver. Jocelin Azambuja, como membro da Comissão
da Rodoviária, reitero que já disse: antes do dia 15 de janeiro,
aproximadamente, quando o Estado terá uma resposta se é necessário construir
uma nova Rodoviária na zona norte, não posso falar nada, porque o estudo
apresentado agora mostra que a Rodoviária está perto da exaustão absoluta. É
uma questão de quatro ou cinco anos mas temos que pensar nisso. A localização
está, de alguma forma, trazendo, através do congestionamento de trânsito, a sua
própria exaustão. Estamos encontrando sérias resistências de interesses
criados, especialmente do concessionário que, evidentemente, talvez gostaria de
uma prorrogação da concessão que o Estado não vai dar.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: O que lhe coloquei não foi
isso, foi quanto à questão viária.
O SR. GUILHERME VILELLA: Veja, evidentemente que um
projeto dessa natureza exige, necessariamente, que seja muito bem equacionado o
trânsito. E, evidentemente que um projeto dessa natureza exige engenharia de
trânsito.
Lembro-me, e uma vez o próprio Ver. João Dib me lembrou, também, que
existe um projeto mais antigo relacionado com uma elevada por cima do muro, e o
muro já teria essas bases. Mas, em primeiro lugar, tem projetos novos em
relação a essa elevada, que é o Trensurb.
Em segundo lugar, foi no meu governo que se tomou a decisão de não
demolir a Usina do Gasômetro, alterando-se o traçado com a construção que foi
feita naquela época da Avenida que se deu o nome, e poucos sabem de João
Goulart, que é justamente a ligação da Mauá com a Loureiro da Silva. Alterou-se
completamente o projeto para evitar a destruição da Usina. Agora, esse projeto
corre paralelo à elevada projetada. São coisas que terão de ser observadas.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Dr. Alberto
Adomilli, Arquiteto, para fazer considerações sobre os pontos que não foram
abordados pelo Dr. Vilella e sobre os quais gostaria de se manifestar.
O SR. ALBERTO ADOMILLI: Vou responder ao Ver.
Antonio Hohlfeldt sobre o assunto do aterro. O hotel está localizado no atual
Armazém A7, e vamos chamar de terra firme. De qualquer maneira toda a área da
ponta será contida como zona portuária. E o envocamento portuário é onde se
colocam pedras de grande porte, com curvas especiais de colocação, curvas essas,
de atrito, chamadas de atrito zero, para conter um solo que pode ser,
inclusive, um solo de baixa resistência. Mas o solo contido não consegue sair.
Então, toda essa área da ponta será tratada dessa maneira, será tratada com
materiais do próprio rio. Em termos de aterro não há problema para a construção
desse hotel porque está em terra firme e porque a outra parte está sendo
contida através do sistema de nivelamento e de complementação do solo.
Inclusive, em todo o cais do porto o projeto prevê o adensamento do solo.
Respondendo à pergunta do Ver. Lauro Hagemann sobre se foi consultado o
IPH, foi feita uma consulta prévia com os técnicos de lá e eles levantaram a
preocupação com a percolação. A parte estrutural estaria resolvida. Temos
técnicos da UFRGS, especialistas no assunto, mas a percolação e o adensamento
do solo deste cais que é de gravidade pode ser executada facilmente através de
injeções de cimento. Existem firmas especializadas em terraplanagem que furam o
solo com brocas e injetam cimento líquido com retardador de cura, isto é,
demora mais em adquirir resistência. Esse retardador permite que esse cimento
se espalhe e forme balões de cimento que depois de seco eles acrescentam uma
resistência muito grande a este solo. Então, compactamos e isolamos o solo e
eliminamos a percolação através de um aumento de densidade e diminuição de
porosidade. Isso dá uma resistência muito grande. Isso já foi feito na Torre de
Pisa na Itália e em outras obras públicas. A establização do solo na área do
hotel já está resolvida.
Teria que falar sobre uma preocupação da Vera. Maria do Rosário, que
perguntou se a marina é uma marina privada do hotel e a sua preocupação sobre a
autorização do público, etc. Ressalto que temos uma marina pública na
extremidade do projeto, na zona oeste, que é praticamente dez vezes maior do
que a marina privada do hotel. A marina do hotel corresponde a 10% da área
total dos Piers. Em todo o cais da Mauá estamos colocando piers, são piers
flutuantes, feitos com sistema de bolhas de poliuretano de 1m3,
ficam flutuantes e são removíveis; em todo Cais do Porto, de ponta a ponta,
desde o armazém B até o fundo. E a marina do hotel não infere nisso, é somente
uma complementação. No projeto vê-se que o público passa por debaixo e essa
marina só corresponde 10 ou até menos de 10% dessa área, que é área pública.
Além do mais para o público na extremidade oeste há uma marina que é 10 vezes
maior, uma marina exclusivamente para o público, tem uma escola náutica, tem
boate, tem todo equipamento para a sociedade.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Aproveitamos o ensejo para
ouvir a manifestação do Arq. Carlos Maximiliano Faet, que foi um dos
coordenadores do concurso que se realizou em torno do Projeto Porto dos Casais.
O SR. CARLOS FAET: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, (saúda os componentes da Mesa e demais presentes), em primeiro
lugar queria manifestar a minha satisfação de estar aqui neste momento
presidindo o IAB e contribuindo, a minha entidade, para encaminhar mais algumas
questões, que acho que são de interesse da Cidade.
Em segundo lugar, quero dizer que isso se realiza exatamente no Dia do
Arquiteto e do Engenheiro. Já recebi um abraço do meu colega João Dib e do Ver.
Clovis Ilgenfritz.
Em terceiro lugar, não sou advogado do projeto, o IAB se associa a
isso, que acho importante para a Cidade. Procura fazer o que pode para
contribuir com aquilo que é da sua notória e histórica atividade com relação a
contribuir não só nesses projetos específicos, mas também no Plano Diretor - a
história da Cidade está ligada ao IAB - mas algumas observações me fizeram
refletir. Quero transmitir essa minha preocupação e fazer alguns comentários,
não no sentido de afirmar ou dizer que já temos resposta para tudo, mas temos
que refletir, juntos, pensar em algumas questões.
Vimos pelos jornais a fase de conclusão do Teatro da FIERGS. É um
teatro com 1.800 lugares, 1.900 lugares. O Teatro da Universidade tem 1.200,
1.300 lugares. A FOSPA pretende fazer um teatro com 1.900 lugares. O Auditório
Araújo Vianna não é um teatro, mas absorve alguns espetáculos, tem 3.200
lugares. Temos o Teatro de Câmara, as casas do Centro de Cultura do Município.
Também me associo à pergunta feita pela Vera. Maria do Rosário: há
capacidade para se consumir, esses espaços podem ser feitos sem que deixem de
ser utilizados? Há duas coisas em que temos que pensar: em primeiro lugar, os
"shopping centers" vieram, cada vez cresce mais o número de
"shoppings". Esses empresários, evidentemente, fazem seus estudos de
viabilidade. É claro que a cada "shopping" que abre são centenas de
pequenas casas de comércio e armazéns de esquina que fecham. Em Montevidéu abre
um "shopping" e fecha uma loja grande da 18 de Julho. Esse é um
problema sobre o qual teremos que refletir, no futuro, nesta Cidade. Mas,
realmente, há uma dúvida em relação a isso. Espera-se que os empresários façam
as suas contas da viabilidade de consumo destes espaços. E se espera, também,
que seja viável porque, senão, não haveria esta demanda.
Há outro aspecto, e sou otimista, pois a vida toda lutei por isso: tem
equipamento que cresce em sua demanda, não por crescimento da população, mas
sim pela capacidade que vai tendo o cidadão de consumir certos equipamentos.
Nós temos que confiar que a população de nossa Cidade possa ir mais ao teatro,
ao restaurante e não fique confinada ao seu bairro.
Eu lembro um episódio do ilustre prefeito Loureiro da Silva, que foi um
dos responsáveis e, diria, até culpado, do projeto de loteamento da Praia de
Belas. Ali, onde hoje existe o Parque Marinha, havia uma enorme área aterrada e
transformada em quarteirões com prédios. O Loureiro da Silva levou-me lá para
morro da televisão, e sentamos na grama e ele disse assim: "Estás vendo?
Estamos perdendo a linha da silhueta da enseada da Praia de Belas, mas, mais do
que isto, está-se perdendo o contato com o rio. Meu caro arquiteto, não seria
possível mudar o projeto dessa urbanização e transformar em parque?"
Nós tínhamos o Parque Farroupilha. Não tinha começado o Parcão. O
Parque Saint Hilaire estava mal e apenas se transformando numa mera bacia de
contribuição para a Lomba do Sabão.
No Parque Marinha são setenta hectares. Um parque não se faz de uma
hora para outra, pois as árvores precisam crescer. Antes que as árvores
ficassem adultas, o Parque Marinha já começou a ser construído por uma
população e hoje existe mais de quarenta mil pessoas que consomem o Parque, sem
reduzir o Parque Farroupilha ou o Parcão. Por quê? Porque a população começa a
consumir este tipo de equipamento que antes era exclusivo de pessoas mais
aquinhoadas e que podiam se deslocar para essas áreas. Eu acredito que se possa
estar criando equipamentos que sejam de consumo de mais camadas da população.
Fica uma outra questão que deve ser refletida, também, que á a questão
do tráfego. Um empreendimento dessa natureza, a exemplo do que foi feito no
Shopping Praia de Belas que implicou a duplicação da Avenida Praia de Belas, o
estudo de performance das vias que passam por aqui, levam a acreditar que é
possível que todo esse equipamento viário existente possa assumir o encargo de
servir também esse novo equipamento, que é a revitalização do Cais do Porto.
Acho que estas coisas têm que ser colocadas devidamente com ciência e
com cautela. A grande importância deste empreendimento - e por isso que o IAB
se colocou à disposição ao Estado - é que revitaliza a área central da Cidade.
Uma grande parte da Cidade, que morre depois das 18h, vai continuar vivendo,
com todos os seus equipamentos, depois desse horário. Não se trata apenas do
empreendimento que vai ser feito lá. Todo o equipamento de estacionamento, que
às 18h existe ao longo do Muro da Mauá, será equipamento suplementar. Acho que
a Cidade vai se com completando. Porto Alegre é uma Cidade de muita sorte. Tem
um rio maravilhoso. Tem políticos e uma Câmara Municipal que tem sido, na hora
da decisão, aquela que dá sempre a decisão mais favorável à Cidade. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Agradecemos, mais uma vez,
a presença do Secretário Estadual dos Transportes, Guilherme Socias Villela; do
Presidente do IAB, Arquiteto Carlos Maximiliano Fayet, que coordenou o
concurso, bem como o Coordenador da equipe, Arquiteto Alberto Adomilli, autor
do projeto vencedor "Porto dos Casais", que aqui fez a exposição.
Pelas manifestações havidas por parte dos Vereadores que se
manifestaram, há uma receptividade e uma acolhida total a esse projeto, que
representa um ponto fundamental de revitalização do Centro da Cidade.
Passaremos a palavra ao economista Guilherme Socias Vilella para as despedidas
finais.
O SR. GUILHERME SOCIAS
VILELLA:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, agradeço mais essa oportunidade de fazer o
esclarecimento sobre esse importante Projeto para a cidade. Esse Projeto, eu
reitero, ele se agrega a equipamentos do tipo Usina do Gasômetro, Casa da Mário
Quintana, Museu de Artes de Porto Alegre, Museu Júlio de Castilhos, Mercado
Público, Museu do Trabalho e, com isso, será um dos mais importantes Projetos
sobre o aspecto cultural e de impacto turístico na cidade.
Costumo dizer que a cidade esteve, durante muito tempo, de costas para
o seu rio e conseguiu, por ocasião da implantação do Parque Marinha do Brasil e
do Parque Maurício Sirotski Sobrinho, que se conseguisse enxergar o rio. Mas a
cidade também está de costas para o seu Porto e, agora, o que se deseja, além
da revitalização da área central, com a contribuição desse Projeto, é que a
cidade tenha um reencontro com o seu Porto.
Eu reitero, por final, que não é apenas um projeto de revitalização de
uma área que não se presta ou que, com o tempo, vai deixar de servir, mas uma
revitalização de uma área para atividades portuárias também. Por final,
passo-lhe às mãos, Sr. Presidente, o estudo de viabilidade do Projeto do
Arquiteto, do Dr. Alberto e sua equipe, para que faça parte do acervo da
Cidade. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: Agradecemos e fazemos uma
saudação especial em nome desta Casa, aos arquitetos e engenheiros pela
passagem do seu dia, que coincide justamente com a apresentação do Projeto
vencedor. Congratulamo-nos com a equipe de arquitetos, com o Presidente do IAB,
e demais engenheiros, aqui presentes, neste momento tão importante da
apresentação desse Projeto à Câmara Municipal de Porto Alegre.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h21min.)
O SR. PRESIDENTE (às
16h22min.):
Estão reabertos os trabalhos.
O SR. ARTUR ZANELLA
(Requerimento): Eu fiz um convite ao Sindicato dos Corretores de Seguros para que
assistisse à votação de um projeto que os beneficia. Eles vieram na
segunda-feira, quando não estava funcionando; na terça-feira, foi adiado.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. sabe que nós
estamos nos últimos dias das sessões do ano legislativo que se encerra, e da
legislatura, no dia 13. Eu vou receber o Requerimento de V. Exa., antes,
teríamos uma sugestão no sentido de correr a Pauta, sem a manifestação dos Srs.
Vereadores, a fim de que pudéssemos entrar na Ordem do Dia e, daí, atender o
pleito de V. Exa.
O SR. ARTUR ZANELLA: Inscrevo-me para fazer o
requerimento.
O SR. PRESIDENTE: Passamos à
1ª SESSÃO
PROC. 2837/96 - SUBSTITUTIVO Nº 01 ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 166/96, ambos de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que oficializa, no Município de Porto Alegre, o "Projeto Histórias de Trabalho", e dá outras providências.
PROC. 2953/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
172/96, de
autoria do Ver. Paulo Brum, que altera o Art. 2º da Lei 7.509, de 04 de outubro
de 1994, que dispõe sobre a confecção de carimbos ou congêneres nas casas do
ramo, no âmbito do Município de Porto Alegre.
PROC. 3078/96 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 031/96, de autoria da Mesa
Diretora, que altera a Resolução nº 1321, de 08 de agosto de 1996, que cria
cargos de Assessor Técnico Especial no Quadro de Cargos em Comissão e Funções
Gratificadas da Câmara Municipal de Porto Alegre, e dá outras providências.
PROC. 3114/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
071/96, que
autoriza o Poder Executivo Municipal a contratar concessão de uso com a Empresa
BR PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S/A, e dá outras providências.
3ª SESSÃO
PROC. 2487/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
154/96, de
autoria do Ver. Nereu D'Ávila, que denomina Rua Silvestre Félix Rodrigues um
logradouro irregular, localizado no Conjunto Residencial Costa e Silva, no
Bairro Rubem Berta.
PROC. 2678/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
159/96, de
autoria do Ver. Airto Ferronato, que denomina Av. Ricardo Leônidas Ribas um
logradouro irregular, localizado no Parque Industrial da Restinga.
PROC. 2972/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
174/96, de
autoria do Ver. Luiz Braz, que inclui artigo na Lei nº 7.023, de 16 de abril de
1992, que denomina Largo Jornalista Glênio Peres o local situado entre o
Mercado Público Municipal e a Praça XV de Novembro.
PROC. 3017/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
175/96, de
autoria do Ver. Dilamar Machado, que denomina Rua Dr. Arno Horn um logradouro
público, localizado no Bairro Restinga. Urgência.
PROC. 3057/96 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 022/96, de autoria do Ver. Paulo Brum, que toma obrigatória a instalação, nas
agências, postos e nos postos de atendimento bancário eletrônico, de pequena
escada móvel, abaixo dos balcões de atendimento e nos terminais, para o uso de
pessoas portadoras de nanismo, e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE: Não há oradores inscritos
em Pauta. Convidamos o 1º secretário desta Casa para fazer a chamada nominal
para entrarmos na Ordem do Dia. Tão logo ingressemos na Ordem do Dia, eu vou
atender o Requerimento do Ver. Artur Zanella.
O SR. PRESIDENTE (após a
chamada nominal.): Passamos à
O SR. ARTUR ZANELLA
(Requerimento): Sr. Presidente, tendo em vista o convite feito para o Sindicato dos
Corretores de Seguros, requeiro seja votado em primeiro lugar o PLCL nº 21/96,
depois o PLCL nº 20/96 e, posteriormente, o do Ver. Raul
Carrion, PLL nº 93/96.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, o primeiro,
necessariamente, teremos que votar, porque já foi encerrada a discussão.
O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente, gostaria de
saber se há possibilidade de o PR nº 32/96, que foi apregoado hoje à tarde,
correr Pauta no dia de amanhã.
O SR. PRESIDENTE: Vamos consultar à
Procuradoria da Casa.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Quero adendar o
Requerimento do Ver. Zanella solicitando que, logo após, se votasse o Projeto
de Renovação de Votação, PLL nº 139/94, uma vez que estão aqui aguardando
alguns membros da Associação das Empresas que trabalham com o recolhimento de
"containers" em Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE: Há dois Projetos, o PLL nº
93/96 e o PLCL nº 03/96 cujo processo de votação já se instaurou e,
necessariamente, deve ser obedecido, conforme informação da Diretoria
Legislativa da Casa. Logo após, então,
o PLCL nº 21/96; o PLCL nº 20/96, e o PLL nº 139/94 que é a Renovação de
Votação dos "containers".
Em votação a proposta do Ver. Artur Zanella, adendada pela proposta do
Ver. Jocelin Azambuja. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA.
O SR. EDI MORELLI (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, não quero polemizar com a Mesa, mas gostaria que após a votação
do PLL nº 93/96, V. Exa. me deixasse concluir a questão que tinha solicitado
quando V. Exa. cortou a minha palavra e passou ao Ver. Jocelin Azambuja.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. sabe que no curso
deste mandato, nós tivemos as melhores relações, afetuosas e cordiais, e seria
este Vereador o último a cortar a palavra de V. Exa. como de qualquer outro
Vereador, pelo espírito democrático que a formação deste Vereador utiliza no
curso de sua vida. O Ver. Milton Zuanazzi solicita Licença Tratamento de Saúde
no dia de hoje.
A Mesa declara empossada a Suplente Letícia Arruda em substituição ao
Ver. Milton Zuanazzi.
E informa que sua Exa. integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e
Direitos Humanos.
PROC. 1632/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
093/96, de
autoria do Ver. Raul Carrion, que proíbe a instalação de bombas de auto-serviço
nos postos de abastecimento de combustíveis, e dá outras providências. Com Emenda nº 01.
- da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela
rejeição do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela
rejeição do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Ruas: pela
aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da
LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 93/96
(Após a chamada.) APROVADO por 22 votos SIM e 07 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 01 aposta ao PLL nº 93/96 (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADA, contra os votos dos Vereadores Luiz Negrinho, Edi
Morelli, Luiz Braz, Reginaldo Pujol, João Dib e Fernando Zachia.
O SR. WILTON ARAÚJO
(Esclarecimento): O Requerimento feito pelo Ver. Artur Zanella e adendado pelo Ver.
Jocelin Azambuja, pelos argumentos, pareceu-me que não fosse este o primeiro
projeto, é isso?
O SR. PRESIDENTE: A Diretoria Legislativa
orientou esta presidência no sentido de que também o projeto de fl. 06 PLCE nº
03/96 encontrava-se na mesma situação do processo de fl. 05 PLL 93/96, que já
tinha-se encerrado a discussão e encontrava-se no processo de votação.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, sem querer dialogar com a Mesa, o que houve naquele dia foi uma
coisa um pouco diferente: foi pedido, ao Ver. Reginaldo Pujol, que retirasse o
art. 81 para que houvesse a manifestação da CUTHAB, do Ver. Lauro Hagemman,
que, por sinal, eu já pedi, por favor, cópia do Parecer do Ver. Lauro. A
discussão estava se desenrolando quando se levantou a questão da falta de
Parecer da CUTHAB e não foi encerrada a discussão.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarece a V. Exas.
que no dia 02 já tinha sido encerrada a discussão, foi encaminhada a votação
por V. Exa., pelos Vereadores Fernando Záchia, Clovis Ilgenfritz, João Dib,
Jocelin Azambuja e Reginaldo Pujol. Conseqüentemente, tinha havido os
encaminhamentos, estava no processo de votação e, por uma solicitação dos
Senhores Vereadores, solicitou-se a inclusão, no Processo, do Parecer da
CUTHAB, o que foi feito e que, neste momento, integra o Projeto onde consta que
a Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação, pela unanimidade de seus
Vereadores, é favorável à aprovação do Projeto.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu entendo que não estava em votação, até porque não
tínhamos conhecimento do Parecer para que pudéssemos encaminhar.
O SR. ARTUR ZANELLA: E foi retirado o art. 81 e
voltou-se a estaca zero.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Eu não tenho conhecimento
do Parecer.
O SR. PRESIDENTE: Nobre Vereador,
evidentemente que, consoante disposição regimental, é possível a repetição do
processo de votação e, inclusive, dos encaminhamentos, mas a discussão já havia
sido encerrada. Apenas, a título de instrução nos autos, far-se-ía constar
manifestação da CUTHAB.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, eu gostaria de um esclarecimento. Encerrada a discussão, entrado no
período da votação, poderia ser trazido um novo documento ao Processo? Eu acho
que a discussão não havia sido encerrada, apesar de terem discutido todos esses
Vereadores.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. pode observar que o
que consta na Ata e nas notas taquigráficas é o encerramento da discussão, e já
era o encaminhamento da votação. V. Exa. pelo próprio espelho pode observar que
esse é o espírito do que consta no Processo.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de
Ordem):
Quando foi retirado o art. 81, o Processo voltou para a vala comum da Casa e
foi receber Parecer. Quando entrou o novo pedido de urgência o Processo foi
retomado. Ele não continua na fase em que estava, até porque o Processo se
renovou, ele não continuou.
Então, Sr. Presidente, acredito que quando foi pedido o novo art. 81,
ele entra de novo no processo de discussão, porque é uma nova fase do processo,
não é uma seqüência daquilo que estávamos fazendo naquele dia.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa, sem prejuízo da
continuidade da Sessão plenária, sugere a V. Exas. que coloquem esse Processo
de fl. 08 PLCL nº 21/96 como o último Processo na Ordem do Dia e pede, em autos
apensos, uma manifestação do Presidente da Comissão de Constituição e Justiça.
O SR. REGINALDO PUJOL
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu vou protestar, e o faço formalmente. Nós tivemos,
semana passada, uma alta discussão em torno dessa matéria e, inclusive,
atendendo apelo de todas as lideranças, eu retirei o art. 81, temporariamente,
para que pudesse, a Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação se
manifestar, o que foi feito através da urgente manifestação do Ver. Lauro
Hagemann, que foi aprovada unanimemente pela Comissão.
Retomado o art. 81, o Processo pode vir à votação sem Parecer. Quer
dizer que o alegado desconhecimento do Parecer da CUTHAB é mais uma manobra que
alguns Vereadores estão fazendo, porque, deliberadamente, não querem votar esse
Projeto. É preciso dizer claramente que todo aquele consenso que se montou na Casa
não tem a solidariedade de alguns Vereadores. Se não querem discutir nem votar,
que assumam claramente a sua responsabilidade, mas não usem de subterfúgio para
negar a esta Casa a oportunidade de se manifestar sobre esse Projeto que já
está amplamente esclarecido. Só a má-vontade subjacente de algumas posições
pode querer impedir que seja votado. Se não querem que seja votado, que digam
claramente, mas não usem de subterfúgios.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de
Ordem):
Senhor Presidente, este Vereador não apenas quer votar esse Processo, como é
favorável, a única coisa que não podemos fazer é contrariar o nosso Regimento.
Se foi retirado o art. 81, o Processo, quando retorna através de um outro
pedido de art. 81, está reiniciando a sua tramitação.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa entendeu, está
claro. Suspendemos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h47min.)
O SR. PRESIDENTE (Às
16h59min):
Estão reabertos os trabalhos.
A Mesa vai respeitar, inicialmente, a votação soberana deste Plenário
da votação dos Processos das folhas 7 e 8, PLCL nºs 20 e 21/96 sobretudo em
respeito às pessoas que nos assistem, que vieram aqui para acompanhar a votação
de dois Projetos, dos corretores de seguros PLCL nº 21/96 e dos representantes
comerciais PLCL nº 20/96. Após, retornamos ao Proc. da fl. 6.(PLCE nº 03/96)
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, eu discordo, porque já houve a decisão de que o Projeto da pág. 6,
PLCL nº 03/96 seria votado. Então, vamos votar.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa quer esclarecer a
sua posição. O que foi votado é que o Projeto das fls. 7 e 8 seria votado antes
e que a prioridade seria apenas do Processo da fl. 5, que já estava em final de
encaminhamento. Logo após os Processos das fls. 7 e 8, será votado o da fl. 6.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Eu
não sou contra que votemos os Projetos das pessoas que estão aqui, e sou contra
no sentido de que foi votada a alteração da ordem dos Projetos, respeitado o
das páginas 5 e 6. O da página 5 foi votado, e o da página 6 não será votado.
Então, porque votamos?
O SR. PRESIDENTE: A Mesa quer esclarecer a V.
Exa., mas vai deliberar em consonância com o poder soberano deste Plenário. A
Mesa entende que, como foi retirado o art. 81 para se ouvir a CUTHAB, e ele
retornou à Ordem do Dia por força de um novo despacho deferitório do art. 81,
da Lei Orgânica, ele volta a Ordem do Dia e reabre tanto o Processo de
discussão como o de votação. O bom senso está indicando que os Vereadores vão,
imediatamente, para o processo de votação, não discutindo o Processo, mas
podendo encaminhá-lo.
O SR. NEREU D'ÁVILA (Questão
de Ordem):
Eu quero discutir.
O SR. PRESIDENTE: É uma faculdade que a Lei
lhe possibilita, mas os seus colegas vão lhe fazer um apelo para que, em nome
da sua Bancada, V. Exa., como Líder, encaminhe o Processo.
O SR. PRESIDENTE: Em votação, novamente, a
ordem dos Processos: 8, 7 e 6.
O SR. REGINALDO PUJOL
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, o nº 6 não tem discussão, V. Exa. acaba de dizer que
vai colocar ainda em votação.
O SR. PRESIDENTE: Não, Vereador, V. Exa. não
me entendeu. Vou esclarecer mais uma vez: nós votaríamos e o Plenário será
soberano nessa deliberação - em primeiro lugar o PLCL 21/96 (fl. 8), logo após,
o PLCL 20/96 (fl. 7) e voltaríamos ao PLCE 03/96 (fl. 06) para encaminhamentos.
A Mesa quer informar a V. Exas. que, por Parecer existente da Comissão de
Constituição e Justiça, quando o Projeto, de uma Sessão para outra, entra
novamente em processo de votação, os encaminhamentos podem ser renovados. Esse
é o entendimento. Então, se os Vereadores quiserem renovar, eles até podem.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, concordo com a Comissão de Justiça, mas há algumas coisas que tenho
dito e até mostrei, recentemente, que mexeram na minha calçada e no meu jardim
e não reclamei, levaram os meus filhos e eu não tinha para quem reclamar,
então, foi votado - eu votei e também os demais Vereadores - que seriam
respeitados os Projetos das págs. 5 PLL 93/96, já votado - e pág. 6 - PLCE
03/96.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Tentando colaborar com a Mesa e com os Vereadores João Dib e
Reginaldo Pujol. O que houve, de fato, foi um erro da Diretoria Legislativa,
acho que fica mais claro assim. Ela não poderia ter incluído Projeto da fl. 6
em PLCL nº 03/96, nível de votação, mas de discussão e votação. Aí está
dirimida a questão, porque, de fato, ao retornar com o art. 81, zerou o
processo anterior, ela retoma a discussão e votação, é só isso. Então, a
votação anterior fica automaticamente anulada, por um erro da Diretoria
Legislativa.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa consulta a V. Exas.
Vereador Artur Zanella: V. Exa. concordaria com que o PLCE 03/96 (f. 6) fosse
votado imediatamente?
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, eu concordo
com tudo. Eu só quis evitar que, ao voltar de um art. 81 e com a inclusão de um
Parecer do Ver. Lauro Hagemann, ele volta ao início. Então, haveria os
encaminhamentos, ainda. Eu só queria evitar que se abrisse um precedente.
O SR. PRESIDENTE: Nós colocamos em votação o
Requerimento para que se vote os PLCE 03/96; PLCL 21/96 e PLCL 20/96 fl. 6, 8 e
7. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 0904/96 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
EXECUTIVO Nº 003/96, que altera os limites da AF de Interesse Público 37 e ajusta os
limites do Corredor de Comércio e Serviços 51 e do Pólo de Comércio e Serviços
75 da UTR 45 da UTSI 35.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela
aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. João Dib: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann:
pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, I, da LOM;
- na Sessão Ordinária de 02.12.96, encaminhada a
votação pelos Vereadores A. Zanella, R. Pujol, F. Záchia, C. Ilgenfritz, J. Dib
e J. Azambuja;
- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da
LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Não
havendo quem queira discutir, encerrada a discussão.
Em votação. (Pausa.) O Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra, para
encaminhar o PLCE nº 03/96.
O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, este Projeto refere-se a uma área de terras que Porto Alegre está
dando ao Grêmio Futebol Porto-Alegrense.
Agora, têm algumas considerações de ordem do Plano Diretor, de uma
série de problemas, mas, quando se trata de uma potência, como é o Grêmio, ou
seria o Internacional, as próprias autoridades têm uma certa relevância. Eu não
vou trazer aqui, até porque o Projeto está para ser votado, eu só estou
encaminhando. Naquela área, foi construído um posto de gasolina, em cima de uma
área irregular, em foi dado até Alvará para este posto de gasolina. Coisa
incrível, nunca vi disso!
É um fato, é uma potência, agora não interessa chorar o leite
derramado. Então, o Posto está lá, já está funcionando. Agora, já que estamos
diante de um fato comprovado, real, o Ver. Pujol pensa que seus colegas querem
trazer problemas. Não é isso. Temos o maior respeito com V. Exa., como não
poderia deixar de ser, e com o próprio Grêmio. Diante de uma força maior,
engole a menor. Estão lá as construções. Estão lá as situações reais, fáticas.
Só resta encaminhar favoravelmente porque se não apenas vamos chover no
molhado. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Zácchia
está com a. palavra.
O SR. FERNANDO ZÁCCHIA: Senhor Presidente e Srs.
Vereadores, concordo com o Ver. Nereu, entendo que a irregularidade já foi
cometida. Está construído o posto de gasolina. Está construído de uma maneira
irregular o Estádio Olímpico. Mas o que me causa estranheza é que o posto de
gasolina tem Alvará. Essa é a minha colocação. Não estou aqui discutindo se o Grêmio
merece. Acho que o Grêmio quer regularizar uma área. Vai transformar uma área
que não tem utilidade comercial em utilidade comercial, e passa a ter um valor
real bem diferente do que o valor de hoje. Diferentemente é o tratamento dado
ao Internacional. O Internacional quer regularizar uma área que é sua, e não
tem essa boa vontade que a Prefeitura tem demonstrado com o Grêmio. E dizem lá
na Prefeitura que são todos colorados, que o Prefeito atual é colorado, que o
Prefeito futuro é colorado, e o Internacional quer regularizar a sua área e não
tem a boa vontade da Prefeitura.
Encaminho favoravelmente porque entendo que a Cidade não pode ficar com
esse prejuízo por uma dificuldade que se teve ao longo do tempo de não ter uma
regularização ou regime urbanístico para que pudesse regularizar aquela área.
Como é que aquele posto de gasolina tem a Alvará concedido pela Prefeitura numa
construção irregular. Se não tem regime urbanístico para que possa ser
construído um posto de gasolina, como se dá Alvará? Deixo registrada a minha
estranheza pelo relacionamento diferente dado ao Esporte Clube Internacional.
Era isso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra, para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu pediria um minuto de atenção. Em primeiro lugar, o Grêmio
Porto-alegrense não está recebendo nada da Prefeitura. O Grêmio Porto-Alegrense
em 1994, há mais de dois anos, pediu que fossem dados os índices para área
funcional. Isso é normal, isso é perfeito, e, inclusive, pediu para
regularização de alguns imóveis, Então, não estamos dando nada; estamos
colocando na área funcional os índices respectivos e vem desde 1994. E este
Projeto que é de nº 03 entrou no início deste ano. Não estamos fazendo nada com
pressa e não estamos dando ao Grêmio Porto-alegrense nenhuma área. Estamos
estabelecendo os índices de uma área funcional. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para encaminhar o PLCE 03/96.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, sei que a maioria da Casa está esclarecida, observo, inclusive,
algum desalento por parte dos colegas que reclamam a ocupação desse microfone e
encaminhamento de votação, porque está resolvida a situação. Apenas quero
colocar que estão comentando situações que não têm nada a ver com o Projeto. O
Projeto não está decidindo a situação de um posto de gasolina que está na rua
José de Alencar, muito distante das áreas que estão sendo objeto de definição
urbanística, conforme explicou no encaminhamento a votação, no dia anterior, o
Ver. Clovis Ilgenfritz e que agora o Ver. João Dib reafirma. A uma área
funcional, cedo ou tarde, tem que se dar a definição urbanística. A definição
urbanística que os técnicos do município entenderam que era adequada para
aquela área foi essa. Dando, inclusive, uma conseqüência lógica com tudo que
está ocorrendo naquela área. A grande reclamação é de alguns dos Vereadores de
que a Prefeitura não estaria dando um tratamento bom para o Sport Clube
Internacional e outras situações que não estão sendo discutidas. Agora, se a
Prefeitura não está tratando bem o Internacional, eu também vou protestar. Peço
ao Líder do PT que leve ao Prefeito Tarso Genro a minha reclamação de que tem
que cuidar do Internacional, como um grande clube do Rio Grande do Sul, com
todo respeito devido, como tratou a situação do Grêmio Porto-alegrense que,
tempestivamente, solicitou aquilo que a lei lhe faculta solicitar.
Então, Sr. Presidente, não se faça confusão, se o Alvará dado ao posto
de gasolina, - colocado na rua José de Alencar, é irregular e eu tenho várias
informações que me dizem que não o foi, é outra situação.
Nem mesmo a definição desse fato apagaria aquela situação. Se foi uma construção
irregular e que não foi licenciada, pode se mover ação demolitória mesmo depois
de resolvida esta situação. O que está se discutindo é que em uma área
funcional que não tinha definição agora passa a ter em função do que será
votado nesta Casa. Não tem nada de irregular e não vamos discutir eternamente
outras situações envolvendo este processo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver.
Lauro Hagemann.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
o Ver. Pujol teve a sabedoria de retirar o art. 81, quando estávamos discutindo
esse Processo, para permitir que a CUTHAB exarace um parecer para convalescer a
opinião da maioria. Quero dizer que encomendei este Parecer a uma ilustre
figura desta Cidade, que é urbanista, que é membro da Comissão de
Assessoramento desta Casa para a reforma do Plano Diretor e que, além de tudo,
é membro do Conselho Municipal do Plano Diretor; que é o Arq. David Bondar. E
ele elaborou um Parecer que eu assumo, assino e pelo qual se diz que não há
nada de novo em relação ao propósito da Prefeitura, que é o de regularizar
aquela área. E que o famoso posto de gasolina não está inserido nesse processo.
Ademais, está inserido aqui um Parecer do Conselho Municipal do Plano Diretor
de 31/07/91, aprovando o estudo apresentado para a construção do posto de
gasolina na esquina da Av. Gastão Mazeron com a José de Alencar, distando 35
metros da esquina pela Av. Gastão, e, 20 metros da esquina pela Av. José de
Alencar.
O Conselho do Plano Diretor naquela ocasião aceitou o requerimento do
Grêmio Porto-alegrense pedindo a instalação daquele posto, com base nisso a
SMIC deu o Álvará de funcionamento, que está funcionando até hoje. Então, Srs.
Vereadores, não quero entrar em outras considerações, mas, no que me cabe o
processo está regularmente instruído e merece a aprovação desta Casa. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Esta Mesa determina que a
votação seja nominal. (Após a chamada): 25 votos SIM, 1 voto NÃO. APROVADO o PLCE nº 03/96.
PROC. 3003/96 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 021/96, de autoria do Ver. Artur Zanella, que altera a alíquota de
contribuição de ISSQN para corretores de seguros. Com Emendas nºs 01 e 02.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da
LOM;
- nos termos do art. 19, i, "n", do
regimento, o senhor Presidente deferiu requerimento do autor quanto à mudança
da espécie deste processo, tendo em vista a natureza da matéria, deixando o
mesmo de tramitar como PLL nº 151/96 e passando a PLCL nº 021/96.
O SR. PRESIDENTE (Edi
Morelli): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra, para discutir. Dentro do acordo firmado
entre a Presidência dos trabalhos e os Srs. Vereadores, são dois minutos para
discussão. Solicitamos aos Srs. Vereadores que cumpram rigorosamente os dois
minutos.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, nós devemos votar favoravelmente a este Projeto de Lei. Mas eu vou
aproveitar esses dois minutos para dizer da inocuidade da ação que vamos
praticar hoje, aqui na Câmara. Quero que todos saiam conscientes daqui, do ato
que vamos praticar. Nós vamos votar esse Projeto, que deveria ter iniciativa no
Executivo, tem iniciativa no Legislativo. Como não está negociado com o
Executivo, não tem uma negociação fechada com a Secretaria da Fazenda,
significa que, uma vez aprovado aqui, vai ser vetado. E a Câmara, quando
analisar o Veto, não terá mais condições de, em derrubando o Veto, torná-lo
válido, porque tem vício de iniciativa. E é diferente daquele projeto que
votamos aqui, que diminuiu para 2% a alíquota do ISSQN para os representantes
comerciais, porque naquela época nós tínhamos um projeto na Casa que tinha
vindo do Executivo e, por isso mesmo, podíamos emendá-lo. E emendando aquele
projeto, pudemos fazer com que a alíquota baixasse para 2%. Houve o Veto do
Executivo. Nós derrubamos o Veto, mas podíamos agir assim porque o vício de
iniciativa nós não tínhamos, uma vez que a iniciativa tinha sido do Executivo e
esta iniciativa do Executivo dava, direito a que nós pudéssemos emendar o
projeto aqui na Casa.
Com este Projeto de Lei, muito embora eu acredito que seja uma iniciativa
justa, dentro de um princípio de justiça, e que pode até, preservar nos limites
do município, até dar condições de trabalho a uma categoria que não precisaria
ter sua sede de trabalho aqui dentro do Município, poderia tê-la fora dos
limites do Município, mas mesmo assim, acredito que por não ter havido uma
negociação de acordo com as conversa todas que eu tenho...
O SR. ARTUR ZANELLA: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Só para dizer que nós falamos com o Secretário da
Fazenda do Município, que disse que depois da decisão da Câmara ele iria estuda
o caso. Nós falamos com ele.
O SR. LUIZ BRAZ: É esquisito, apenas, que o
Secretário da Fazenda do Município tenha tido este comportamento, acho que ele
já deveria ter dado o veredito imediatamente, ele sabe o que acontece com a
arrecadação do Município, aquilo que pode ferir com a arrecadação do Município,
aprovação ou não de um Projeto como esse. Acho que ele deveria já ter dado a
sua opinião naquela época. Quero ver o comportamento da Bancada do Governo, eu
acho que o comportamento da Bancada do Governo vai balizar exatamente qual vai
ser o comportamento ou a possibilidade que nós vamos ter lá junto ao Executivo.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra, para discutir o PLCL nº 21/96.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu concordo com o Ver. Luiz Braz, que nós não temos iniciativa para
esse tipo de Projeto de Lei, mas o Prefeito eleito, Dr. Raul Pont,
manifestou-se contrário a General Motors do Brasil no Rio Grande do Sul, ele
manifestou-se contrário a qualquer redução de ISSQN. Temos a responsabilidade
de representar Porto Alegre, tanto a população como o próprio Executivo
Municipal, e há um problema que precisa ser estudado, não temos dúvida nenhuma,
é o ISSQN, tem que ser revisado, tem que ser reestudado. Mesmo não tendo, a
Câmara, iniciativa legal para este tipo de projeto, tem a iniciativa para
levantar, já que o Ver. Zanella informa que falou com o Secretário. Então ele
vai estudar, então vamos forçar esse estudo que precisa ser feito.
Nós tínhamos o problema do "leasing" que duas empresas,
apenas, faziam o "leasing" e a Câmara fez um Projeto de Lei reduzindo
de cinco para dois e meio, uma empresa já -tinha ido embora, e a outra porque
reduziu de cinco para dois e meio ficou aqui. Os nossos representantes aqui, os
corretores de seguros, também podem colocar seus escritórios em Canoas e vender
seguro em Porto Alegre que não pagam nada. Então, a Prefeitura precisa estudar.
Reconheço que é difícil, muito difícil alterar o Código Tributário do
Município, mas o Prefeito Raul Pont que é contra a GM, para quem vou oferecer o
meu carrinho que tem duas baterias deve pensar seriamente e deve-se reunir com
esta Câmara para que se possa fazer uma alteração no Código Tributário do
Município.
Vou encaminhar favoravelmente ao que se pretende aqui, ao que pretende
o Ver. Artur Zanella, e ele colocou muito bem: o Secretário, depois do
posicionamento da Câmara, vai estudar. Não. Ele tinha que ter estudado antes.
Eu o cumprimento, Ver. Artur Zanella, saúde e paz!
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Zachia está
com a palavra, para encaminhar.
O SR. FERNANDO ZACHIA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, entendo que esta é uma Casa política. No ano passado votávamos aqui
o aumento do ISSQN para as empreiteiras e entendíamos, naquele momento, que
tínhamos o poder - e eu particularmente votava contra - de votar a matéria. Se
hoje estamos votando por uma redução acho que também compete a esta Câmara,
mesmo que possamos, mais adiante, ter o Veto do Sr. Prefeito Municipal. Mas
esta Casa tem que exercer sua atividade. Se nós entendermos - e este for o
consenso da Casa - que existe essa fúria tributária, e hoje até vemos através
de dados obtidos através da assessoria do Ver. Antonio Hohfeldt e da minha
assessoria que o Município tinha, no final de outubro, um superávit de quase 60
milhões de reais, ou se está investindo muito pouco em Porto Alegre ou se está
arrecadando demais.
Quem sabe essa arrecadação exagerada através do ISSQN, sobre as
seguradoras, sobre as pessoas físicas e jurídicas não seja um motivador para
que tenhamos esse superávit. Também não podemos desconhecer o atual momento da
economia onde esse segmento começa a sair de Porto Alegre e levar para outros
Municípios vizinhos a nossa Cidade recursos. Acho que temos que fazer uma
reavaliação. Entendemos e achamos que estão demasiados altos os valores a serem
cobrados e podemos fazer uma adequação deixando o problema para o Executivo
Municipal. Esta reflexão tem que ser feita pelo Executivo Municipal. Quem sabe
lá não se está cobrando demasiadamente alto para um segmento? Se existem,
dentro do mercado gaúcho, Municípios que estão se tornando atrativos para que
se transfira a sede dessas empresas aos Municípios. Mas se Porto Alegre está
querendo atender esta mão-de-obra que está sobrando, vamos criar alternativas
para que essas empresas não saiam de Porto Alegre, fazendo com que, cada vez
mais, tenhamos mão-de-obra sobrando no Município, e, cada vez mais, o Município
esteja com esta capacidade na questão tributária. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mário
Fraga): O
Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra.
O SR. ANTONIO HOHFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Quando procurado pelos representantes do SINCOR eu disse que
estudaria a questão e pedi que enviassem um documento formal, inclusive com
dados a respeito do assunto. Verifico, no próprio documento, que a maioria
absoluta dos Municípios da Grande Porto Alegre, com exceção de Viamão, têm um
percentual de 3% da alíquota do ISSQN. Hoje, em Porto Alegre, é de 5%. O
Projeto do Ver. Zanella é de 2% e 1%. Eu entendo que temos que buscar uma
mediação disso. Devemos baixar a alíquota, sim, mas não podemos, ao mesmo
tempo, gerar uma situação em que Porto Alegre fique com uma alíquota menor do
que a maioria absoluta dos Municípios da Grande Porto Alegre. E os outros
ficarão apertados para diminuir.
Então, nesse sentido, nós fizemos duas Emendas ao Projeto do Ver.
Zanella para apoiar a idéia do rebaixamento não de 5% para 2% e 1% em relação à
jurídica, física ou a microempresa, mas de 5% para 3% e 1,5% que é exatamente
para adequar a todos os Municípios da Grande Porto Alegre, que são: Osório, Gramado,
Campo Bom, Torres, Esteio, Canela, Capão da Canoa, Canoas e Cachoeirinha, todos
têm alíquota de 3%, segundo o documento do SINCOR. O único Município que não
tem essa alíquota é Viamão, tem 2%. Devemos sustentar a mediação, ou seja,
buscar um consenso.
É nesse sentido que encaminhamos. Se o SINCOR aceitar a minha posição
em relação a esses percentuais, ou seja, de igualar a Grande Porto Alegre, terá
meu voto favorável ao Projeto. Caso contrário votarei contrário ao Projeto,
porque entendo que daí está havendo um jogo duplo por parte do SINCOR, ou seja,
de um lado pede a diminuição, mas de outro lado já diminui mais do que as
alíquotas existentes em outros Municípios. E vamos estabelecer uma guerra entre
Municípios diminuindo cada vez mais. Então o meu apelo aos companheiros
vereadores, aos próprios integrantes do SINCOR. Acho que ganhamos uma batalha
em etapas. Eu conversava com o Ver. Zanella, alertava-o e ele me dizia
concordar com isso. Acho que se pode fazer essa mediação, fazemos a pressão e,
num outro momento, vamos buscar um outro consenso, sem nenhum problema. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está
com a palavra.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente. Srs.
Vereadores, nós não gostaríamos de deixar passar sem uma manifestação nossa,
até porque temos tido uma posição no curso dos anos desta Casa e lutamos,
definimos uma posição por uma ampla revisão da política do ISSQN na cidade de
Porto Alegre. Infelizmente, nós temos que reconhecer até a coerência que tem
sido sustentada pelo prefeito Raul Pont - que é contra a GM, como diz o Ver.
João Dib, e como ele disse na Federasul e depois, em entrevistas -, ele tem,
sistematicamente, negado-se a discutir a questão do ISSQN. O atual Secretário
da Fazenda, infelizmente, também tem essa posição, e as posições são muito
irredutíveis, normalmente.
Mas a questão é sobretudo uma luta permanente e perseverante.
Infelizmente, esta Casa no ano de 90, numa reforma tributária, cometeu inúmeros
erros, um deles foi aumentar o ISSQN da Cidade de Porto Alegre em 25%, de 4%
passou para 5%, com a chamada reforma tributária do, então, prefeito Olívio
Dutra.
Nós achamos correta e coerente a posição dos representantes desta
categoria, assim como dos representantes da categoria dos comerciais, que
instrumentalizam os seus pedidos e os seus pleitos, através da representação
política da Cidade de Porto Alegre, via projeto de iniciativa dos Vereadores
Artur Zanella e Nereu D'Ávila. Já tivemos grandes vitórias nessa área,
inclusive no IPTU. Esse, evidentemente, é o caminho. Resta-nos aprovar esse
Projeto e ver, após, o comportamento que terá a Administração em relação a esse
Projeto, em função do processo de evasão fiscal que começa a se verificar em
nossa Cidade. Acho que nós temos que bater, bater, bater, e esta Casa tem uma
posição a assumir neste momento. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está
com a palavra, para discutir o PLCL nº 21/96.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Tive a oportunidade de ponderar, com os dirigentes do Sindicato,
que o Projeto tinha aquelas dificuldades que eles, dirigentes, já sabiam, que é
a questão da iniciativa. Essa iniciativa em matéria tributária é da competência
exclusiva do Executivo. Todavia, o projeto tem a sua virtude porque vai
propiciar que se abra um grande debate em torno dessa matéria. Até acho que,
embora de competência municipal, o ISSQN, deveria ter um tratamento nacional,
até para estabelecer o equilíbrio democrático, a isonomia entre as empresas e
os cidadãos, porque com essa possibilidade de os municípios estabelecerem as
suas alíquotas, o que acontece: aqui, é cinco, ali é dois, ali é três. Isso,
efetivamente, cria um certo desarranjo na economia. O Executivo, estava
presente, o Líder do PT - o Ver. Fontana, que prontificou-se a abrir uma
negociação com as autoridades fazendárias do Município no sentido de se tentar,
mostrando ao Município que, insistir com essa alíquota pode terminar, sim, numa
queda da arrecadação na medida em que as empresas passam a sair de Porto
Alegre, e irem se localizar em áreas onde o tributo é menor.
O projeto tem essa virtude de instalar o debate no sentido de
sensibilizar as autoridades do Município para uma análise mais profunda do assunto
para que se dê aquele peso adequado a essa atividade. Então, acho que é muitas
vezes preferível ter-se uma alíquota menor e se arrecadar mais a ter uma
alíquota maior e se arrecadar menos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está
com a palavra para discutir.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, Senhoras e Senhores, nós temos hoje na Pauta para votação dois
processos: um de autoria do Ver. Nereu D'Ávila e outro do Ver. Artur Zanella,
que tratam, basicamente, do mesmo tema. Eles tratam da redução de ISSQN para
categorias de representantes comerciais e de corretores de seguros.
Há 20 anos, atuo na área de fiscalização de tributos. Quer queiramos,
ou não - isso já foi dito aqui -, existem, no País, disputas entre os diversos
entes da Federação e também - por que não? - disputa entre os diferentes
Municípios no sentido de buscar, cada vez mais, para eles, atividades geradoras
de economia. Porto Alegre não foge disso, e o instrumento que os Municípios tem
para trazer para si os agentes econômicos está, dentre outros, e sendo o
principal, a esfera da tributação. Hoje está havendo essa disputa, e Porto
Alegre participa dela.
Escrevi, e saiu no Jornal do Comércio, na semana passada, exatamente o
que estamos tratando hoje. Tenho dito há muito tempo, até porque tenho recebido
muitos pedidos no sentido de que se faça esse tipo de projeto que, na verdade,
Porto Alegre precisa de um estudo comparativo para analisar qual é o
comportamento da carga tributária nos Municípios da Grande Porto Alegre.
Lamentavelmente, até hoje, isso não foi feito, daí por que eu acredito que,
apesar de todas as dificuldades, nós precisamos votar favoravelmente a esse
Projeto. Assim. estaremos marcando a posição da Câmara em relação a essa
situação, para que haja o entendimento de que Porto Alegre não pode ter uma
carga tributária, na área de serviços, maior do que a carga tributária do seu
entorno, o que acarreta a perda de ações econômicas aqui na Cidade. Eis por que
votaremos favoravelmente. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Motta está com
a palavra para discutir.
O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a nossa Bancada tem sido absolutamente concisa no uso dos encaminhamentos
das discussões, até para agilizar os trabalhos. Mas como neste Projeto todas as
Bancadas estão pronunciando-se, nós não poderíamos nos omitir, até para tornar,
de modo absolutamente transparente e séria, a nossa posição, que é contrária ao
Projeto, mas já há, inclusive, pela fala do Ver. Zanella, se não me falha a
memória; que mencionou que já há uma discussão formal, constituída com o nosso
Governo, através do nosso Secretário da Fazenda, o companheiro Arno.
Portanto, essa discussão, independentemente da votação de hoje, está
estabelecida com o Executivo. A nossa posição é política de princípio, na
medida em que somos a Bancada de Governo e temos que aqui expressar a posição
do Governo. Já há por parte do Governo, tratativas e decisões de incentivo, em
algumas áreas da atividade econômica do nosso Município como forma de
estimulá-las. Portanto, longe da nossa Bancada, do nosso Governo, posições
intransigentes com relação a essa questão, embora temos tido, ao longo desses
oito anos, muita responsabilidade, Ver. Záchia, na condução, principalmente,
das finanças do Município, razão pela qual, talvez, o Município de Porto Alegre
não seja, hoje, um dos 2.500 municípios que, infelizmente, não vão poder pagar
nem o 13º em dia.
Portanto, Ver. Záchia e Ver. Antonio Hohlfeldt, esse mérito nós temos,
ao contrário do Governo do Estado, que não sabe ainda se vai conseguir pagar em
dia o 13º dos funcionários do Estado. Gostaríamos de recolher, por parte de V.
Exas., que são Governo no Estado e no País, pelo menos esse aplauso. Nós aqui
continuamos pagando em dia os servidores graças a uma política séria no trato
das finanças públicas. Portanto, recebam os corretores, que estão no Plenário
neste momento, da nossa parte, o maior respeito pelo que vocês estão aqui traduzindo
neste Projeto de Lei, e a certeza de que o nosso Governo irá, no tempo devido,
recebê-los para continuar esse diálogo, que já está iniciado. A nossa posição,
hoje, é contrária, mas estamos abertos ao diálogo e à discussão, e não poderia
ser diferente. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para discutir o PLCL nº 021/96.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, a nossa posição nesta matéria guarda a mais absoluta coerência com
três situações básicas. Primeiro: em todos os níveis do poder, aqueles lugares
e naqueles níveis onde o meu partido participa do governo, e naqueles onde o
meu partido não participa do governo, nós nos incorporamos à massa de
brasileiros, que entende que os tributos nacionais estão excessivamente
rigorosos, devendo diminuir em benefício da atividade econômica.
Segundo: o problema da iniciativa que tem sido objeto de algumas
discussões aqui na Casa. Eu tenho sustentado, sistematicamente, na Comissão de
Constituição e Justiça da Casa, de que sendo o processo Legislativo um ato
complexo tem que existir a vontade de dois poderes, e, se quando em
determinadas matérias a Câmara, por sua maioria absoluta, manifesta a vontade
do Legislativo, enseja o caminho para que a vontade do Executivo se realize.
Não existe nenhuma inconcruência se o Legislativo, mesmo em matéria dessa
ordem, Ver. Elói Guimarães, V. Exa. conhece essa minha posição, abrindo a sua
competência, interpretando a sua competência, legisla sobre essa matéria
sabendo do risco de que, se essa vontade não for convalidada no Executivo, o
Projeto se destina a receber o Veto do Sr. Prefeito do Município. Dessa
situação, todos aqueles que têm interesse na matéria tem conhecimento, não se
está fazendo nada às escondidas, os debates preliminares têm levado a essa
situação.
Eu concluo assinalando essa coerência, o pronunciamento do Ver. João
Motta, ilustre representante do PT, até facilita. Se é verdade que o discurso
do representante do governo é no sentido de reconhecer a validade do esforço
que vem sendo realizado, visando a reajustar, de forma adequada, o tributo dos
corretores de seguro em Porto Alegre, e, por uma posição política eu voto
contra. Eu que reconheço que é justo, e que não tenho nenhum vínculo da posição
política, vou votar a favor.
Eu finalizo dizendo o seguinte: à Câmara cabe dizer, pelo seu mecanismo
formal que é decisão liberativa, a sua vontade política. O diálogo oficial se
dá aqui e agora, dizendo que, com a nossa vontade política, nós queremos
reduzir adequadamente os 3% que propõe o Ver. Antonio Hohlfeld. Sem sabermos se
o Executivo concorda conosco ou não, se convalidará ou não, da nossa decisão.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em
votação o PLCL nº 21/96. O Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra para
encaminhar.
O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, de tudo o que foi dito aqui, três coisas restaram por serem
importantes.
A primeira é que numa economia de contenção inflacionária como a que
vivemos hoje, os valores não podem permanecer os mesmos de uma economia que
tinha 30, 40% ao mês como antigamente. Por isso é absoluta justiça reduzir-se
aquilo que numa economia tinha um resultado e hoje tem um resultado completamente
diverso.
Segundo, há que bater-se que devemos estabelecer um diálogo com o
Governo Municipal, e o Ver. João Motta foi entusiasta disso, mas na verdade no
conjunto do imposto e em relação a todas as questões de serviço e não somente
individualizada, como é o caso do Ver. Zanella que está-se discutindo, a
companhia de seguros, e no nosso caso, em seguida, dos representantes
comerciais. Há que se ter uma globalidade de política no Município se não
ficamos nós a tentar fazer justiça tributária individualmente.
Terceiro, o Ver. Antonio Hohlfeldt trouxe uma tabela de 10 Municípios,
sendo que 9 tem 3%. Então, é de se convir que este é o parâmetro que serve como
algo forte em relação à posição do Executivo. Se 9 municípios têm 3% e um 2%,
que é Viamão, é absolutamente correto que Porto Alegre está cobrando demais.
Portanto, em cima desses três argumentos resumidos, encaminho
favoravelmente ao Projeto, porque se está de uma maneira ou de outra tentando
se fazer uma justiça tributária, mesmo que por linhas indiretas. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é típico das discussões, aqui, dos Projetos de Lei do Partido dos
Trabalhadores, que a falta de argumentos traga sempre as comparações de
"alhos com bugalhos", municípios com estados e federação. Eu quero
chamar a atenção do Ver. Motta e suas pretensas críticas ao Governo do Estado e
ao Governo Federal.
Em primeiro lugar, o Governo Federal enviou um projeto, uma medida
provisória específica a microempresas. Esta sendo festejada nacionalmente,
portanto, também a sua parcela de renúncia tributária em relação a
microempresas.
Em segundo lugar, eu quero lembrar ao Ver. João Motta que não é o
Estado do Rio Grande do Sul que está com dificuldades. O Espírito Santo,
administrado pelo PT e se o Governador Buais não tiver que alugar ou vender o
palácio do estado, o atual prefeito de Vitória que fez o seu sucessor na
cidade, que é candidato virtual ao governo do estado daqui a dois anos, vai
ocupar aquele palácio.
Esse papo de misturar Porto Alegre é uma exceção, é graças a esta Casa
que aprovou a reforma tributária enviada pelo Prefeito Olívio Dutra, que Porto
Alegre é uma exceção. Não vamos dizer que é virtude específica do Executivo
que, aliás, é o discurso que a Administração popular adora fazer: o que é bom é
do PT e da Administração Municipal; o que é ruim é do resto tudo. Não é bem
assim. Nós temos problemas de todos os lados e eles são exatamente semelhantes.
Para informação do Ver. Motta, Campinas, Campo Morão, Vitória são
cidades que têm a mesma situação de Porto Alegre, absolutamente tranqüila,
impostos em dia, 13º pago, tudo encaminhado e ex-sucessores do PSDB feitos na
eleição de 03 de outubro e que, aliás, com percentuais superiores ao do
Prefeito Raul Pont.
Vamos discutir o Projeto. Discutir projeto é bom, não faz mal para
ninguém. A gente tentou trazer uma discussão a sério, colaborando no sentido de
apoiar a reivindicação do pessoal dos seguros e ao mesmo tempo dar um parâmetro
que nos parece justo em relação aos municípios, que não seja prejudicial a
Porto Alegre. Três por cento de alguma coisa, é alguma coisa, 5% de nada, é
nada e é isso que nós queremos evitar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. João
Motta para encaminhar pelo Partido dos Trabalhadores.
O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, o Ver. Antonio Hohlfeldt criticou o meu método de encaminhamento e,
entretanto, ficou os seus 2 minutos politizando a discussão. Todos ouviram. Eu
não vou politizar a questão, não vou aceitar a sua provocação. Vou discutir o
método do Projeto que é claro quando eu disse que o Governo, através do
Secretário da Fazenda, que aliás vai continuar na próxima gestão, já iniciou um
processo de discussão e de negociação acerca do Projeto. Portanto, no nosso
ponto de vista, esse assunto não está encerrado com essa discussão. A nossa
posição vai ser contrária por uma questão de princípio político.
Em segundo lugar, eu gostaria de relembrar a V. Exa., Ver. Antonio
Hohlfeldt, que por falar em imposto, nós tivemos sim, por parte do seu governo,
ontem, em Brasília, novas definições sobre o imposto de renda que estourou na
pessoa física. Então, se nós quisermos fazer um outro debate, numa outra
oportunidade, sobre a questão tributária de forma mais global, nós estamos
absolutamente à disposição e tranqüilos para fazer esse debate. Mas somos
absolutamente contrários à prática que V. Exa. usa, dependendo da ordem de vir
à Tribuna, usou o seu tempo para atacar a posição da nossa Bancada como se nós
fossemos os grandes responsáveis por todos os males que acontecem na área
tributária do Município ou da Cidade.
Está aí o Governador Antônio Britto tendo que fazer um exercício sem
fim para poder viabilizar uma condição em termos de tributação da instalação da
General Motors, que aliás, aqui também transitou em julgado uma outra fala
politizada contra o PT, que o nosso Prefeito falou contra a Empresa que vai ser
instalada. Como se a fala dele, sendo feita fora do contexto, pudesse ser
interpretada de forma global acerca dessa questão. Em nenhum momento nosso
Prefeito falou que é contra a instalação. Nós somos a favor de qualquer tipo de
empreendimento que signifique a retomada, por mínima que seja, dos índices de
desemprego aqui no Estado.
Eu concluo provocando democraticamente o Ver. Antonio Hohlfeldt para um
debate mais sério e conseqüente sobre a questão tributária, por que nós temos
dados sobre o governo de V. Exa., principalmente o Federal. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
SR. PRESIDENTE: Em votação o PLCL nº
021/96. (Após a chamada.) APROVADO
por 20 votos SIM 11 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 1, ao PLCL nº 021/96 (Pausa.) Votação nominal a
pedido da Vera. Helena Bonumá. (Após a chamada): APROVADA a Emenda nº 1, por 24 votos SIM 1 voto NÃO e 1 ABSTENÇÃO.
Em votação a Emenda nº 2. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA com
abstenção do Ver. Pedro Ruas.
PROC. 3002/96 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 020/96, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila, que isenta da contribuição de ISSQN
os representantes comerciais do Município de Porto Alegre.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela
rejeição do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da
LOM;
- discutiram a matéria os Vereadores E. Guimarães,
E. Morelli, J. Azambuja, H. Fontana, L. Braz, R. Carrion, P. A. Leal, R. Pujol,
J. Dib, M. Rosário e P. Brum;
- adiada a discussão por duas Sessões;
- nos termos do Art. 19, I, "n", do
Regimento, o Senhor Presidente deferiu Requerimento do autor quanto à mudança
da espécie deste Processo, tendo em vista a natureza da matéria, deixando o
mesmo de tramitar como PLL nº 074/96 e passando a PLCL nº 020/96.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra, para encaminhar o PLCL nº 20/96.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu não disponho do Projeto em mãos, mas, ao ser anunciada a
discussão da matéria, foi salientada a circunstância de que o Ver. Elói
Guimarães exarou, na Comissão de Justiça, Parecer contrário ao Projeto, entendendo
que o mesmo seria inconstitucional, seria ilegal. Eu quero salientar que este
Parecer foi exarado em 9 de agosto de 1996. Eu acompanhei o Ver. Elói Guimarães
na sua recomendação de rejeição do Projeto de Lei e que, comigo, os Vereadores
José Valdir, Letícia Arruda, Fernando Zachia, João Motta e Airto Ferronato
também o fizeram. Então, Sr. Presidente, foi-me como elemento substancial na
discussão da matéria, pelo Ver. Elói Guimarães, que é o prolator deste Parecer,
que estava-se olhando o aspecto formal do Projeto no que diz respeito à
iniciativa.
Esta matéria foi, discutida, agora, quando do Projeto anterior, o que
me autoriza a votar no presente Projeto em consonância com o meu voto anterior.
Isto é, votar pela abertura da competência do Vereador que pode provocar esta
situação político-legislativa dentro da cidade, demonstrando, com a sua vontade
política, que quer que determinada situação se altere no Município e que
poderia fazê-lo, até, através de um mero pedido de providências, Ver. Pedro Américo
Leal, se o pedido de providência fosse um instrumento respeitado na convivência
do Poder Legislativo e do Poder Executivo na cidade. Como nós sabemos que não é
permitido, os Vereadores são obrigados a oferecer à discussão da Casa. Este
tipo de projeto de lei enseja a sua discussão, enseja o debate e o
estabelecimento, quando for o caso, da vontade política formal do Legislativo e
manda dizer ao Executivo que concorda, que acha recomendável, que acha correto
que se tome determinada providência e que, se ele quiser tomar, está obviamente
autorizado pelo Legislativo da cidade, quando este entende de votar favorável.
Encerro dizendo que estas razões justificariam o meu voto favorável. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais Vereadores
inscritos, encerramos a discussão.
Em votação o PLCL nº 20/96. (Após a chamada): 05 votos SIM e 11 votos
NÃO. Declaro a nulidade da votação porque este Vereador votou "sim"
no processo e houve 16 Vereadores, constatando-se a ausência de quórum
qualificado.
O SR. PEDRO RUAS (Questão de
Ordem):
Como temos Sessão Extraordinária amanhã pela manhã, pergunto como serão
convocados os Vereadores ausentes?
O SR. PRESIDENTE: Na semana passada havia um
acordo das Lideranças e de todos os vereadores desta Casa no sentido de que
haveria Sessões de manhã e de tarde. As da noite existiriam em caso de
necessidade absoluta.
Declaro encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a sessão às 18h15min.)
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